TCE do Rio abre sindicância para investigar personal trainer
Professora estava lotada no gabinete de conselheiro de órgão
Uma sindicância foi aberta para apurar fraudes no gabinete do conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio) Júlio Lambertson Rabello.
De acordo com reportagem do jornal "O Dia", a professora de educação física Alessandra Pereira Evangelista, lotada no gabinete dele como CC (cargo em comissão) e com salário de R$ 9.547,68, atendia como personal trainer ao conselheiro e à mulher dele na residência do casal, no bairro do Cosme Velho.
A reportagem indica que Evangelista não comparecia ao tribunal para trabalhar e fazia atendimentos particulares no turno da tarde, quando supostamente deveria prestar expediente na Corte.
Ela servia ao TCE-RJ desde maio de 2010 e foi exonerada pelo presidente da Casa, Jonas Lopes, terça (21), um dia depois de o jornal ter veiculado a primeira reportagem.
O presidente do TCE-RJ afirma que a servidora faltante pode ser condenada a devolver os salários recebidos --se considerados os 53 meses no quadro funcional do órgão, pelos vencimentos atuais--, o montante chegaria a cerca de R$ 500.000.
O conselheiro Rabello poderá ser investigado juntamente com Evangelista. De acordo com o TCE-RJ, ele teria foro especial e só poderia ser investigado pelo Ministério Público Federal --mas o Ministério Público do Estado afirma que o foro especial que dá competência exclusiva ao órgão federal vale só nas questões criminais. O caso da servidora configuraria improbidade administrativa ou seja, estaria na área cível.
O presidente do TCE-RJ garante que todos os órgãos de investigação serão avisados da suposta fraude. "Há uma denúncia que precisa ser esclarecida. Se for comprovada, o resultado será comunicado ao órgão competente."
A sindicância terá 60 dias para apresentar suas conclusões. Lopes afirmou que Alessandra foi exonerada a requerimento do conselheiro" e, segundo informações dele, "a funcionária já estava em processo de saída da Casa".
Assim como os demais conselheiros, Rabello recebe subsídio mensal de R$ 26.589. Ele integra a Corte desde 2005. A reportagem tentou contatá-lo nesta quarta (22) mas, de acordo com a assessoria do tribunal, Rabello preferiu não se manifestar.