Ministro de Dilma critica 'vontade conservadora'
Para Carvalho, decisão da Câmara é anacrônica
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) afirmou nesta quarta-feira (29) que é "anacrônica" a derrubada do decreto presidencial que regulamenta o funcionamento dos conselhos populares e vincula suas deliberações a decisões governamentais de interesse social.
Nesta terça-feira (28), deputados aprovaram um decreto legislativo que susta os efeitos do decreto presidencial sobre os conselhos populares. O texto seguirá ainda para o Senado, mas o resultado da votação foi considerado uma grande derrota sofrida por Dilma dois dias após ter sido reeleita.
Em seu discurso no Conselho Nacional das Cidades, em Brasília, Carvalho classificou a derrubada do decreto como uma "vitória da vontade conservadora de impor uma derrota política à presidente [Dilma Rousseff]".
No evento, o ministro disse ainda que a reeleição de Dilma representa a derrota da "mídia como panfleto". Responsável pela articulação entre governo e movimentos sociais, Carvalho afirmou que a imprensa precisa refletir sobre o que aconteceu nas eleições deste ano para não perder a credibilidade.
Para ele, vários veículos se transformaram em panfleto eleitoral. Ele não citou o nome de nenhuma publicação.
"Essa vitória de um projeto acabou significando a derrota daqueles que usam a mídia como panfleto, como semeadores do ódio e da divisão do país, o que felizmente não aconteceu", disse.
No dia 23, a "Veja" publicou reportagem em que diz que Dilma e o ex-presidente Lula sabiam dos casos de corrupção na Petrobras. A revista foi duramente criticada por petistas e assessores da presidente. A Folha confirmou a informação de que o doleiro Alberto Youssef citara Lula e Dilma no depoimento.