Escândalo na Petrobrás
Não há indícios de que ex-diretor ocultou dinheiro em piscina, diz PF
Segundo polícia, foram feitas duas diligências na casa de Paulo Roberto Costa no ano passado
Assessoria da defesa do executivo chegou a afirmar que a PF visitou o local, no Rio, nesta sexta, mas voltou atrás
A Polícia Federal informou nesta sexta (16) não ter encontrado indícios de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa tenha escondido dinheiro no terreno de sua casa, no Rio, onde havia uma piscina que foi aterrada.
Como a Folha revelou nesta sexta, o policial afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, disse ter "ouvido'' que Costa teria aterrado uma piscina para guardar dinheiro.
A PF divulgou uma nota oficial informando ter feito duas diligências na casa do ex-diretor, em um condomínio na Barra da Tijuca.
"Não foi encontrado qualquer indício da existência de compartimentos na área onde anteriormente havia uma piscina. Da mesma forma, não há indícios da ocultação de valores, documentos ou quaisquer itens no local", diz.
Por meio da assessoria de imprensa, a polícia acrescentou que os peritos usaram um equipamento capaz de identificar volumes a até dez metros de profundidade do solo.
A PF informou que as diligências ocorreram "entre 17 e 19" de março do ano passado e "a partir de 1º outubro", sem precisar as datas.
O depoimento em que Careca citou a piscina ocorreu no dia 18 de novembro. A Polícia argumenta que, antes de ouvi-lo, já estava investigando as suspeitas de que Costa teria escondido valores no terreno de sua casa.
Já a assessoria de imprensa da defesa de Costa informou, inicialmente, que a PF esteve no local nesta sexta, dia da publicação da reportagem da Folha, mas que não foram localizados valores.
"A Policia Federal esteve no local, hoje, e o aterro é velho, de uns bons anos. Nada foi encontrado", escreveu a assessora por e-mail.
Informada, em seguida, de que a PF havia dito que só foram feitas duas buscas no endereço --nenhuma delas nesta sexta-- ela voltou atrás. Disse que se equivocou e argumentou que não havia lido a nota da polícia quando falou com a reportagem.
Por fim, afirmou ter a mesma informação que a PF. A assessoria não informou os motivos de a piscina ter sido aterrada na casa de Costa.
Preso em novembro, Careca já está em liberdade. Ele fazia entregas de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, segundo as investigações.
CELA
Também em nota, a PF disse que o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, preso na quarta (14), e o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, estão em celas separadas.
"Neste momento, cada um deles compartilha cela com um preso comum, sem ligação com a Operação Lava Jato", diz trecho da nota.
Reportagem da Folha informou que Cerveró e Baiano dividiam a mesma cela na carceragem da PF em Curitiba.
O advogado de Cerveró, Beno Brandão reafirmou nesta sexta que seu cliente lhe disse, na véspera, que estava dividindo a cela com o lobista.