Ex-diretor diz ter recebido mais R$ 8 mi em propina
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter recebido propina e "agrado" da construtora Andrade Gutierrez e da Estre Ambiental.
O valor pode ter chegado a R$ 8 milhões. Apesar de as duas empresas já terem sido citadas nas investigações, são os primeiros depoimentos de Costa que vêm a público citando valores específicos recebidos das duas empresas.
Segundo Costa afirmou no acordo de delação premiada, "entre US$ 2 milhões a US$ 2,5 milhões" --de R$ 5,2 milhões a R$ 6,5 milhões, ao câmbio desta quinta (29)--, foram pagos pela Andrade, que mantinha contratos com a Petrobras, e R$ 1,4 milhão pelo "dono" da Estre Ambiental, Wilson Quintela Filho.
Especializada em coleta e tratamento de lixo, a Estre estava, segundo Costa, interessada "na construção de um estaleiro privado visando a produção de barcaças e empurradores destinados ao transporte de etanol entre Mato Grosso e o Estado de São Paulo" para a Transpetro.
Costa disse porém que o pagamento que recebeu, por meio do lobista Fernando Baiano, não tinha relação com o estaleiro e constituía "uma espécie de 'agrado'".
No caso da Andrade, os pagamentos estavam ligados "a um acordo" em que parte dos recursos calculada com base no valor dos contratos com a estatal iria para Costa, partidos e membros do esquema.
A Andrade Gutierrez disse que nunca fez pagamentos a Costa e negou relação com o caso. A Estre disse que "estranha a inclusão de seu nome" no depoimento. A defesa de Baiano não respondeu.