Governo deve acolher sugestões da Comissão da Verdade, diz ministro
Para Wagner, é preciso não buscar 'retaliação ou revanchismo'
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse nesta sexta (30) que o governo deve acolher e buscar cumprir as recomendações da Comissão Nacional da Verdade.
Em relatório publicado em dezembro, o colegiado faz 29 recomendações --entre elas, que as Forças Armadas reconheçam sua responsabilidade nas violações aos direitos humanos na ditadura (1964-1985), que seus responsáveis sejam punidos e que as academias militares reformulem seus currículos.
"Temos que acolher as recomendações e, a cada caso, buscar cumpri-las. Acho que tudo isso deve ser feito com a tranquilidade daqueles que estão com o olhar para o futuro. Buscar a verdade para mim é base para qualquer nação, mas não buscar a verdade para qualquer tipo de retaliação ou de revanchismo", disse Wagner após a posse do tenente-Brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, que substituiu Juniti Saito no comando da Aeronáutica.
Wagner, que não especificou a qual das recomendações se referia, criticou as "generalizações" contra as instituições militares.
"As Forças Armadas têm serviços prestados de altíssima relevância. Agora, eventualmente, aquilo que aconteceu tem nome, tem responsável (...). Porque senão você generaliza e fere aqueles que vestem as roupas das Forças Armadas com o orgulho de sê-lo", afirmou o ministro.
Questionado se deve haver mudança na cultura das Forças Armadas, Wagner disse que elas "têm uma ideologia, que é a Constituição".