Grupo de servidores pede impeachment de Dilma em evento
Protesto em Campo Grande reuniu cerca de 50 pessoas; presidente não presenciou o ato
A presidente Dilma Rousseff foi alvo de protestos na manhã desta terça-feira (3) em Campo Grande (MS), na primeira viagem oficial da petista a um município brasileiro desde que iniciou o segundo mandato, em janeiro.
Na via de acesso ao local do evento que Dilma participa, na capital de Mato Grosso do Sul, cerca de 50 manifestantes gritaram "impeachment", "fora, PT" e "Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro". Entre os ativistas estavam militantes do Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal em Mato Grosso do Sul.
Desde sua reeleição, o governo baixou algumas medidas impopulares, como redução de benefícios trabalhistas e previdenciários.
Segundo o coordenador geral do sindicato, Eliezer Inácio de Oliveira, os manifestantes foram impedidos de entrar no evento com Dilma com faixas e cartazes.
A presidente foi à inauguração da Casa da Mulher Brasileira, que reúne em um mesmo prédio delegacia especializada, Defensoria Pública, vara de Justiça e clínica de apoio psicológico às vítimas de violência. O modelo de atendimento deve ser implantado em todas as capitais.
No evento, parte da plateia --especialmente militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura)-- vaiou a ministra Kátia Abreu (Agricultura) e o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP).
Ao chegar ao local, Dilma visitou a casa ao lado das ministras Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres) e do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Ela não viu os manifestantes. No evento, a petista discursou sobre a Casa e falou das ações de combate à violência contra a mulher.
Não é a primeira vez que Dilma é vaiada em Campo Grande. Em 2013, ela recebeu vaias de ruralistas em protesto contra a demarcação de terras indígenas. Na ocasião, a presidente começou a ser vaiada assim que seu nome foi anunciado no alto-falante. Gritos de "demarcação não" se repetiram enquanto Dilma entregava chaves de ônibus escolares a prefeitos.
Constrangido, o então governador André Puccinelli (PMDB) chegou a ir ao microfone pedir "respeito" à presidente. Em discurso, Dilma afagou os manifestantes: "Ô gente, eu acho bom vocês gritarem. Democracia é isso".