Delações de ex-diretor e doleiro originaram 42 processos no STF
Dado não reflete, necessariamente, número de políticos citados
As delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef deram origem a 42 processos no STF (Supremo Tribunal Federal).
Esse dado não reflete necessariamente o número de políticos suspeitos de envolvimento --cada citado pode ser alvo de mais de um processo, por exemplo.
Na corte, ficarão os casos cujos políticos suspeitos têm foro privilegiado, como senadores e deputados. Eventuais citações a governadores irão para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e os demais processos serão de responsabilidade da primeira instância.
Os 42 processos abertos no STF levaram o nome de petições --que são, na prática, processos em estágio embrionário. A partir delas, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, poderá pedir início a investigações abrindo inquéritos ou fazer denúncias contra os citados.
Pode, ainda, considerar que os elementos dos depoimentos não apontam para indícios de crimes e pedir o arquivamento da petição.
Como Janot trabalha com fatos criminosos em cada petição, pode haver algumas com mais de um citado. Por isso, a expectativa é que o número final de suspeitos de envolvimento supere os 42.
Desde o fim de janeiro o procurador-geral tem trabalhado na formulação dos pedidos de investigação e denúncias que enviará ao STF sobre a Operação Lava Jato.
Ele criou um grupo de trabalho para auxiliá-lo e deve fazer um grande pacote com os primeiros pedidos formais de investigação com abertura de inquéritos e ainda a apresentação de denúncias relacionadas a políticos contra os quais acredita já ter provas concretas do cometimento de algum crime.
Ainda não há data para o envio --que deve ocorrer, no mais tardar, até a semana seguinte ao carnaval.
Quando os pedidos forem feitos, a maior parte dos políticos terão seus casos analisados pela Segunda Turma do Supremo, composta por cinco ministros, mas com uma cadeira vazia desde a aposentadoria de Joaquim Barbosa.