Executivo foi o 'interventor' de Lula no BB
Aldemir Bendine, 51, tem trânsito no mercado financeiro, sobretudo entre grandes bancos, mas é considerado mais um político afinado com o governo (não com o PT) do que um executivo de perfil técnico.
Embora não seja visto como brilhante na gestão financeira, é reconhecido por gerir equipes gigantes, escalar as pessoas certas e conviver com o "fogo amigo" na máquina pública.
Funcionário de carreira do BB (entrou como menor aprendiz, aos 15 anos), chegou à presidência em 2009 como uma espécie de "interventor" escalado por Lula, que não se conformava com a independência do então presidente Antonio Francisco de Lima Neto e sua resistência em reduzir juros e fomentar empréstimos a setores prioritários.
Apesar da interferência política, preservou a boa governança e relativa transparência na contabilidade do BB, única instituição financeira a ter ações no chamado Novo Mercado da Bolsa, segmento considerado "market friendly" [amigo do mercado] por ser o que mais respeita o direito dos acionistas minoritários.
Reservadamente, atuava para ficar no BB, o que parecia inviável desde os desgastes sofridos em 2014.