Juiz critica 'excessos' de advogados de empreiteira
OAS apresentou papéis fraudados, diz Moro
O juiz Sergio Moro classificou de "excessos ofensivos" a acusação da empreiteira OAS de que o delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo, que conduziu a Operação Lava Jato até o final do ano passado, teria "faltado com a verdade" em relação a dois deputados apanhados pela apuração: André Vargas (ex-PT-PR) e Luiz Argolo (SD-BA).
Despacho do juiz desta quinta (26) aponta que foi a OAS e seus dirigentes que apresentaram documentos fraudados à Justiça, não a PF.
Roberto Telhada, advogado da OAS, diz que a ameaça do juiz é inaceitável: "O juiz poderia indeferir tudo, mas nunca ameaçar advogados".
A OAS disse em petição que o delegado sabia desde setembro de 2013 que os dois parlamentares eram interlocutores do doleiro Alberto Youssef e cita um e-mail de 2013, enviado à empresa que fabrica o celular BlackBerry, que menciona André Vargas.
Um dos advogados da OAS, Edward Carvalho, disse que toda a investigação então deveria ter sido enviada ao STF. A PF diz que só soube que Vargas trocava mensagens com Youssef em março de 2014.