Clube Militar critica Lula por 'incitar o confronto'
Em nota, entidade acusa ex-presidente de ter agido como 'agitador de rua' em ato no Rio
Para os militares da reserva, ex-presidente exagerou ao reclamar das manifestações contra Dilma Rousseff
As declarações do ex-presidente Lula durante ato pró- Petrobras, na terça (24), provocaram reação da direção do Clube Militar. A entidade, formada em maioria por oficiais da reserva do Exército, divulgou nota em seu site acusando o ex-presidente de ter uma postura de "agitador de rua".
Para os militares, Lula exagerou ao reclamar dos protestos contra Dilma Rousseff.
A nota criticou também o petista por ter citado um "exército" que iria para as ruas sob o comando de João Pedro Stédile, do MST (Movimento dos Sem-terra).
"Esta postura incitadora de discórdia não pode ser de quem se considera estadista, mas sim de um agitador de rua qualquer. É inadmissível um ex-presidente [...] pregar, abertamente, a cizânia."
O presidente do Clube Militar, general Gilberto Pimentel, classificou as declarações de Lula como "inconsequentes". "Não podemos incitar o confronto. [...] Não é hora de ninguém pregar a violência, muito menos um líder como o ex-presidente, discorde-se dele ou não", afirmou.
Luiz Eduardo Oliveira, 46, corretor de imóveis e ativista anti-PT que foi fotografado na terça (24) levando socos e pontapés de militantes petistas no Rio, disse à Folha que "este ano vai ser o das manifestações da direita, pedindo o impeachment da Dilma".
Ele estava com um grupo de 20 pessoas na porta da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) para se manifestar contra o evento com Lula.
Oliveira disse que foi agredido, mas "revidou". Afirmou ainda ter votado em Aécio Neves (PSDB) em 2014, mas que seu candidato ideal ao Planalto seria o deputado Jair Bolsonaro (PP).