Outro lado
Magistrado quer manter prisão a qualquer custo, afirma defesa
O advogado Alberto Toron, que defende o empresário Ricardo Pessoa, criticou o ofício enviado pelo juiz federal Sergio Moro ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo ele, trata-se de uma peça que visa manter a prisão do empresário "a qualquer custo".
"Causa espécie que um magistrado se permita dar informações tão vagas e imprecisas e, pior, que não constam dos autos", afirmou.
Pessoa negociava uma delação premiada com o Ministério Público Federal e adiantou aos procuradores questões que poderia esclarecer. O acordo, no entanto, não chegou a ser fechado.
Ainda segundo Toron, o ofício enviado ao Supremo "mostra como o juiz está empenhado em manter as prisões a qualquer custo, mostrando sua parcialidade".
O advogado rebateu a acusação de delatores de que o empresário liderasse um "clube" de empreiteiras que acertava quem venceria licitações de obras da Petrobras.
"A prova colhida mostrou que Pessoa não era chefe de clube algum, mas presidente da Abemi", disse, referindo-se à Associação Brasileira de Engenharia Industrial.
Toron também refuta que Pessoa atue na gestão da UTC. "Ele é controlador da empresa, mas não atua mais na gestão. E a UTC está proibida de ser contratada pela Petrobras."