Painel
VERA MAGALHÃES - painel@uol.com.br
Do outro lado da praça
A discussão sobre a maioridade penal expõe a divisão entre o vice-presidente e coordenador político do governo, Michel Temer, e a ala petista do Palácio do Planalto. Temer acha que o governo não deve articular a votação no Congresso nem se opor de forma institucional à redução da maioridade. O próprio vice acredita que a revisão da idade não é a melhor solução para a violência, mas comunga da tese de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que esse não é um tema do governo.
Coração valente Já os petistas avaliam que a cautela é sintoma de um governo fragilizado e que Dilma se reaproximaria de seu eleitorado caso condenasse claramente a mudança na regra.
Dobradinha Ao propor como alternativa o aumento da pena para adultos que usem menores no crime, o Planalto calcula que pode ganhar apoio do PSDB para derrotar Cunha. Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou projeto com esse teor em 2013.
Outros tempos Quando foi presidente da Câmara, Temer tentou votar a PEC da Bengala duas vezes, mas recuou quando Lula, com popularidade em alta, indicou que era contra a medida.
Roda presa As bicicletas da marca Specialized, escolhida por Dilma para suas pedaladas podem custar R$ 40 mil, mas, em tempos de ajuste fiscal, a presidente escolheu um dos modelos mais baratos, vendido a R$ 2.400.
Teaser Para aplacar setores críticos ao governo, a ala majoritária do PT articula um "recado" a Dilma no congresso da sigla: um texto pedindo que adote medidas caras à legenda, como taxar fortunas.
Aviso prévio Se ela não atender o apelo, o partido ficará livre para uma guinada à esquerda, mas sem ruptura.
Corrida maluca Cunha quer se antecipar a Renan Calheiros (PMDB-AL): a Câmara deve votar projeto de lei ordinária fixando teto de financiamento de campanhas por empresas antes que o Senado coloque o tema em debate.
Agenda mínima Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Paulo Hartung (PMDB-ES) deflagraram nesta segunda-feira um movimento para levar ao Planalto pleitos dos governadores considerados "factíveis" em tempos de crise.
No bolso A prioridade dos Estados é obter do governo aval para captar financiamento no exterior, já que a torneira dos bancos públicos secou. O problema é que isso impacta o superavit primário, obsessão de Levy.
Blasé Deputados do PT deixaram encontro com Márcio Elias Rosa dizendo que o chefe do Ministério Público paulista foi "evasivo" sobre o estágio das investigações do cartel que agiu no metrô e na CPTM. Ele prometeu informações em dez dias.
Deu ruim A esperada troca do secretário de Verde e Meio Ambiente da gestão Fernando Haddad, Wanderley Meira do Nascimento, por um nome do PR provocou insatisfação no PT paulistano.
DNA O atual titular foi indicado pelo deputado José Américo Dias, com respaldo de cinco vereadores. Petistas avaliam que, com a troca, Haddad afasta esse grupo do núcleo da campanha de 2016.
Fatias Recém-eleito presidente do PSDB da capital, Mario Covas Neto pediu aos quatro pré-candidatos tucanos à prefeitura que indiquem nomes à Executiva, que deve ser definida nesta terça.
Eu não Fabio Lepique, derrotado na disputa tucana, nega que tenha proposto a Covas Neto desistir da disputa em troca da secretaria-geral.
Visita à Folha Paulo Câmara, governador de Pernambuco, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Ennio Benning, secretário de imprensa, e Cecília Ramos, secretária-executiva de imprensa.
Tiroteio
A expressão de Levy é a constatação de que o terremoto da gestão Dilma-Mantega não deixou pedra sobre pedra na nossa economia.
DO DEPUTADO MENDONÇA FILHO (DEM-PE), líder da bancada, sobre Joaquim Levy ter dito que a recuperação da economia precisará ser feita 'tijolo a tijolo'.
Contraponto
Suprema descontração
No fim de maio, o Supremo decidiu que, mesmo com a aprovação da PEC da Bengala no Congresso, os ministros da corte não precisariam passar por uma nova sabatina quando atingissem 70 anos. Na sessão, Gilmar Mendes deu risada durante a leitura do voto de Luiz Fux.
Quando assumiu a palavra, Mendes pediu desculpas. Depois, esclareceu que não tinha dado risada do voto do colega -mas, sim, de uma piada que havia sido contada por outro dos ministros.
-Não consegui me conter! Ele fez críticas ao voto de vossa excelência por ter me citado reiteradas vezes -brincou Mendes.