Investigação virou crime, afirma Paes sobre Cunha
Em sabatina da Folha e UOL, prefeito do Rio defende presidente da Câmara
Ele diz, porém, ser contra o rompimento do PMDB com o governo, movimento defendido pelo correligionário
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), defendeu o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), das acusações de que ele teria recebido propina do esquema de corrupção da Petrobras.
"O Brasil transformou investigação em crime", afirmou Paes durante sabatina promovida pela Folha e pelo portal UOL, nesta quarta-feira (22). Ele diz que acredita na honestidade de Cunha até que se prove o contrário.
O prefeito, entretanto, diz ser contra o rompimento de seu partido com o governo, movimento que Cunha defende desde que foi acusado por um dos delatores da Operação Lava Jato.
"O PMDB tem responsabilidade com a governabilidade. Faz parte da coalizão que elegeu a presidente Dilma", afirmou o prefeito.
Paes se esquivou de questionamentos sobre uma eventual candidatura à Presidência da República em 2018.
Seu partido anunciou que vai lançar candidato para a eleição de 2018, decisão que Paes diz apoiar, e Cunha já afirmou que o prefeito é seu candidato.
"Estou lançando o [José] Serra. Se ele quiser vir para o PMDB, eu apoio", brincou.
OLIMPÍADA
A um ano da Olimpíada, o prefeito reconheceu que o custo das obras da Rio-2016 pode aumentar.
Atualmente, os gastos com a realização dos Jogos estão estimados em R$ 38,2 bilhões, o que inclui construção de arenas e obras de infraestrutura.
"Se vai subir mais R$ 500 milhões, não sei dizer, pode subir alguma coisa, tem custos de última hora, apesar de que estamos com tudo muito bem planejado", disse.
Para Paes, os gastos em equipamentos esportivos são compensados pelos investimentos em outros projetos que os Jogos propiciaram.
"Se dissesse que ia chegar a R$ 100 bilhões, mas esse valor fosse para construir metrô, BRT, seria uma maravilha. Os equipamentos olímpicos custam R$ 6,6 bilhões. Desses, 65% é dinheiro privado. Na prática, de imposto, a Olimpíada está custando em torno de R$ 2 bilhões", argumentou.