Delator diz que pagou site pró-governo com propina
Pascowitch afirmou ter enviado R$ 120 mil ao Brasil 247 por ordem de ex-tesoureiro
O lobista Milton Pascowitch, que aproximou a empreiteira Engevix do PT, disse ter pago R$ 120 mil à Editora 247 Ltda, que edita o site pró-governo Brasil 247, a mando do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Pascowitch afirmou em depoimento que não houve qualquer prestação de serviço –tratava-se somente de uma operação para dissimular a compra de apoio do site ao PT.
O Ministério Público pediu a prisão temporária de Leonardo Attuch, dono e administrador do Brasil 247, mas o juiz Sergio Moro rejeitou o pedido argumentando que é preciso aprofundar as investigações, "apesar das provas de pagamento a eles [Attuch e à Editora 247] de valores decorrentes de acertos de propina no esquema da Petrobras".
O lobista fez os pagamentos em quatro parcelas, entre setembro e outubro de 2014, na reta final da campanha que reelegeu Dilma Rousseff.
Pascowitch disse que Attuch foi a seu escritório em São Paulo e ofereceu um contrato com 12 pagamentos de R$ 30 mil mensais. Ele afirma que recusou a oferta e pagou R$ 120 mil –valor que teria sido abatido da propina que deveria ser repassada a Vaccari.
A Editora 247 informou que Leonardo Attuch está viajando. Em nota, disse que foi contratada pela empresa de Pascowitch, para "produção de conteúdo sobre o setor de engenharia", tendo os serviços sido efetivamente prestados, e que a transação foi "legítima". O PT não comentou.