Agência retira grau de investimento de MG e PR
Após rebaixar nota Brasil na terça, Moody's aponta risco de inadimplência em Estados
A agência de risco Moody's reduziu as avaliações do grau de investimento dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Maranhão e das cidades de Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
A mudança decorre do rebaixamento, na terça (11), da capacidade de crédito do Brasil, que passou de "Baa2" a "Baa3", o último nível do grau de investimento, selo de bom pagador da dívida.
Com isso, o país ficou em posição frágil em duas agências de risco –a Standard & Poor's também atribuiu a última classificação antes do grau especulativo.
No caso de Minas, Paraná e Belo Horizonte, o rebaixamento –de "Baa3" para "Ba1"– colocou os três na zona do chamado grau especulativo, quando há risco de inadimplência.
A nota do Maranhão, que já era considerada grau especulativo antes, caiu de "Ba1" para "Ba2". As do Estado de São Paulo e da cidade do Rio passaram de "Baa2" a "Baa3".
Manter o selo de bom pagador é importante porque grandes fundos internacionais têm regras que os impedem de investir em títulos de países com grau especulativo. A maioria dos fundos exige que o país tenha grau de investimento atribuído por ao menos duas agências.
Em nota, a Moody's afirmou que a deterioração econômica do Brasil tem impacto direto sobre Estados e municípios, agora mais vulneráveis devido à queda de receita e ao ajuste fiscal promovido pelo governo federal.
Procurado, o governo do Paraná informou que o rebaixamento "não reflete o atual cenário do Estado", que em 2015 teve crescimento econômico. Afirmou ainda que o governador Beto Richa (PSDB) promoveu medidas de ajuste no início do ano, como aumento de impostos e mudanças na Previdência estadual –o que gerou protestos.
"Não resolvemos todos os problemas, mas estamos no caminho certo", disse o secretário da Fazenda Mauro Ricardo Costa.
A Secretaria da Fazenda de Minas afirmou, em nota, que a "estreita relação com a posição fiscal da União" provocou a alteração da nota, além do "enfraquecimento diante da arrecadação menor" e "mais rigidez nos gastos".
O Estado diz que se compromete com a "sustentabilidade fiscal" e a "adoção de medidas necessárias de ajustes" para dinamizar a economia e melhorar sua avaliação.
Já a prefeitura de Belo Horizonte informou que irá analisar o relatório da agência antes de se manifestar.