Foco
Reforma de casa do petista em SP custou R$ 1,8 milhão
A casa em que José Dirceu planejou reconstruir a vida em Vinhedo (SP) com a família após o processo do mensalão não chegou a ser conhecida por ele depois de pronta.
Cerca de dois anos após ser preso devido à condenação por seu envolvimento no esquema de compra de votos no Congresso, o ex-ministro voltou à cadeia, desta vez na 17ª fase da Operação Lava Jato.
O imóvel, que recebeu um investimento de mais de R$ 1,8 milhão –segundo depoimento da arquiteta responsável pela obra, Daniela Facchini–, foi uma das provas que levou Dirceu novamente para trás das grades.
Com quase 500 m², o imóvel ganhou 386 itens. Entre eles, um jogo com poltronas, mesa de centro e aparador que custou R$ 140 mil.
A casa também conta com deck no quintal, banheira e um moderno sistema de TV, com projeção de imagens em uma película no meio da sala.
Tudo pago pela empresa do lobista Milton Pascowitch, a Jamp Engenharia, que, de abril a dezembro de 2013, transferiu a Daniela um total de R$ 1,3 milhão.
Segundo o depoimento da arquiteta, além desse montante, cerca de R$ 500 mil foram entregues a ela em espécie para investir na obra.
Em depoimento à PF, Daniela também afirmou que viu Dirceu uma vez, quando ele se aproximou da obra, mas não entrou no terreno. Ela contou que o petista morava em uma casa ao lado da que estava em reforma.
Pascowitch, que se tornou delator, afirma que o dinheiro usado na reforma veio de pagamentos de propina da Engevix, uma das empreiteiras que prestava serviços para a Petrobras.
A defesa de Dirceu confirma que Pascowitch pagou a reforma, mas diz que ela foi parte da remuneração de um contrato de consultoria que o ex-ministro prestou ao lobista. Nesta sexta (4), arquiteta Daniela foi denunciada pelo MPF por ter feito o serviço.