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Delegado da PF critica decisão do STF que permitiu quebra de sigilo
DE RIBEIRÃO PRETO - O delegado da Polícia Federal em São José do Rio Preto José Eduardo Pereira de Paula disse nesta terça (15) discordar da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que permitiu a quebra do sigilo telefônico do jornalista Allan de Abreu e do jornal "Diário da Região".
Reportagens de Abreu informaram sobre operação da PF que apurou um esquema de corrupção na Delegacia do Trabalho do município. Os textos revelaram o teor de escutas telefônicas sob segredo judicial.
Pereira de Paula comandou o inquérito sobre o caso e pediu à Justiça que fosse proferida a mesma decisão tomada em relação à TV Tem –afiliada da Globo que também foi investigada, mas em cuja atuação a Justiça não viu crime.
"Não concordo com essa decisão [do STF]. Ainda mais num país como o nosso, mergulhado na corrupção, na bandalheira. O jornalista, se ele tiver informação, tem de divulgar. Se não divulgar ele não é jornalista. Não faz sentido [a profissão]", disse o delegado.
Apesar disso, ele afirmou que, caso a documentação a ser enviada pelas operadoras de telefonia chegue às suas mãos, cumprirá a decisão da Justiça. "Não posso me negar."
A ANJ entrou na segunda (14) com recurso no STF. Nesta terça, a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) divulgou nota em que qualifica como "lamentável retrocesso" a decisão da corte que autorizou o prosseguimento da ação penal contra o jornalista.