Chioro teve apoio na órbita do SUS e embates com entidades médicas
Sanitarista filiado ao PT, Arthur Chioro assumiu a Saúde no lugar de Alexandre Padilha, que saiu para concorrer ao governo paulista. Em um ano e sete meses, ele teve apoio de grupos de defesa do SUS, mas colecionou embates com entidades médicas.
Um dos focos de polêmica foi em relação ao Mais Médicos. O programa passou por mudanças em sua gestão. Um bônus nas notas das provas de residência resultou em adesão recorde de brasileiros, o que abriu as portas para uma retomada das negociações com entidades médicas.
O bom clima durou pouco. Novo impasse surgiu em agosto ao anunciar a criação de um cadastro de especialistas, visto como brecha para que o governo passasse a intervir na formação de profissionais, função hoje das entidades. Criticado, Chioro formou um grupo para revisar o texto.
Ele também dividiu o setor com ações para conter a alta taxa de cesáreas. Sem alarde, criou-se mecanismos que permitem que seja respeitada a decisão dos pacientes em conjunto com os médicos.
No discurso, adotou como mote a discussão do subfinanciamento da saúde. Apoiado por sanitaristas, acabou solitário dentro do governo.
Foi o primeiro ministro a assumir que o governo discutia algo nos moldes da antiga CPMF, mas saiu da discussão.
Com as primeiras conversas sobre sua saída, voltou a subir o tom sobre a falta de recursos. A saúde sofreu o segundo maior corte no Orçamento neste ano (R$ 13 bilhões) e ainda pode perder ao menos R$ 9,1 bilhões em 2016.