Outro Lado
Advogados dizem ser vítimas de retaliação por criticarem a PF
O advogado Augusto de Arruda Botelho nega a compra de dossiê para desqualificar a Operação Lava Jato e prejudicar as apurações.
Segundo o defensor, as acusações da doleira Nelma Kodama não merecem crédito e o inquérito contra ele é uma tentativa de constranger aqueles que apontam irregularidades de autoridades que atuam no caso.
"Quanto mais se acumulam as provas de graves ilegalidades na condução da Lava Jato, mais arbitrárias e desesperadas tornam-se as iniciativas para calar aqueles que as apontam", afirma o advogado, que se refere às suspeitas contra ele como "fantasiosa história para tentar afastar da causa um dos poucos advogados que ousam confrontar os desmandos da operação".
Botelho diz ainda que seus encontros com o advogado Marden Maués ocorreram "no estrito exercício de minha atuação profissional".
Maués também diz ver o inquérito como uma retaliação às críticas que fez ao trabalho dos delegados da PF e questiona a versão da doleira Nelma: "Ela negocia sua delação há oito meses e falaria qualquer coisa que interessasse aos policiais para não cumprir a pena a que foi condenada".
Claudio Dalledone, advogado do ex-agente Rodrigo Gnazzo, disse que não comentaria as suspeitas porque a investigação está sob sigilo.
A Odebrecht e a PF não quiseram se manifestar. A defesa do delegado da PF Paulo Herrera não foi encontrada.