Outro lado
Nardes diz que se afastou de firma investigada
O ministro do TCU Augusto Nardes afirmou nesta terça (6) que se afastou em 2005 da empresa Planalto, da qual era sócio, e desconhece pagamentos realizados pela SGR entre 2011 e 2012 às pessoas de "Tio" e "Ju", apontadas pelo Ministério Público Federal como referências a ele e ao seu sobrinho Carlos Juliano, dono da Planalto.
"Eu saí em 2005 e não tenho conhecimento de mais nada, nunca tive cargo de direção, absolutamente nada. E essa história que tu estás falando de 'Tio', também não sei. Alguém pode ter 10, 15, 20 tios, ou seja, não tenho conhecimento de nada", disse.
Por meio de nota de sua assessoria, o grupo RBS informou que contratou a SGR para defendê-lo no Carf e negou ter cometido irregularidades. "Os respectivos honorários advocatícios, como sempre, foram devidamente contabilizados", disse.
A RBS acrescentou que não teve contrato com a Planalto nem qualquer tipo de vínculo profissional com Nardes.
O sobrinho do ministro, Carlos Juliano Nardes, negou ter cometido irregularidades e disse que a empresa está inativa desde 2008. Questionado se já prestou algum serviço à SGR e por que teria recebido pagamentos, ele respondeu: "Não tem nada disso. Essa questão eu vou tratar se tiver alguma coisa, no inquérito".
O advogado Getúlio Humberto de Sá, que representa José Ricardo da Silva, disse que as transferências da SGR para a Planalto são provenientes de uma parceria feita com Carlos Juliano Nardes. "Eles estavam juntos. A princípio, o Juliano trabalhou em parceria com o José Ricardo nessa ação da RBS. Era um trabalho normal de direito, algo corriqueiro na advocacia", afirmou Getúlio Sá.
O deputado Afonso Motta (PDT-RS) não foi localizado. Em setembro ele disse à Folha que quando trabalhou na RBS "jamais soube de qualquer irregularidade".