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Mensalão o julgamento

Políticos do PT entram na mira do STF

Tribunal começa a definir nas próximas sessões se petistas ordenaram pagamentos de propinas a parlamentares

Segundo um ministro, colegas podem apontar Dirceu como culpado mesmo sem prova cabal de que ele ordenou ato

FLÁVIO FERREIRA

MATHEUS LEITÃO

RUBENS VALENTE

DE BRASÍLIA

Nas próximas sessões do julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal dará resposta à última pergunta fundamental do processo: quem determinou a corrupção de parlamentares da base aliada do governo Lula?

Os votos, na semana passada, do relator Joaquim Barbosa e do revisor, Ricardo Lewandowski estabeleceram a tese de que houve crime de corrupção passiva quando os parlamentares receberam dinheiro do esquema do mensalão. A maioria da corte deve seguir esse entendimento.

O crime se caracteriza pelo recebimento de vantagem indevida por servidor público em razão de sua função.

Ainda fica no ar a indagação de quem são os corruptores. No capítulo em julgamento no STF, que analisa a compra de apoio parlamentar, Barbosa condenou sete deputados ou ex-deputados por corrupção passiva. Lewandowski ainda está lendo o seu voto, mas já condenou o ex-deputado Pedro Corrêa (PP) e absolveu Pedro Henry (MT).

Nesse capítulo, o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares são acusados de ordenar pagamento de propinas.

Um ministro ouvido sob a condição de não ser identificado mencionou a possibilidade de os colegas adotarem a chamada teoria do "domínio do fato" em relação a Dirceu, que considera que autor do delito é quem tem o domínio final sobre o fato, as circunstâncias e os executores. Por ela, o acusado pode ser condenado sem haver prova cabal de que ordenou ato criminoso, mas sim que tinha o controle sobre ele.

A teoria foi levantada pela primeira vez pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que apontou Dirceu como "líder do grupo" e "principal figura" de tudo que foi apurado no processo.

Disse que o "autor intelectual" de um grupo criminoso "não fala ao telefone, não envia mensagens eletrônicas".

O ministro Luiz Fux afirmou que a existência do que chamou de um "megadelito" permite observar a possibilidade de "domínio do fato".


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