Produção nacional intensifica rivalidade
BMW já iniciou montagem e Mercedes constrói nova fábrica
Volvo, que pertence à chinesa Geely, ainda não divulgou planos para fabricação de carros no Brasil
Mercedes e BMW travam um duelo à parte, pois a nacionalização dos modelos acirra a briga por mercado. É preciso vender bem para justificar o investimento.
As primeiras unidades do Série 3 já estão sendo montadas em Araquari (SC) e em breve chegarão às lojas. Não haverá mudanças em relação aos sedãs feitos na Alemanha, como o 328i testado.
A fábrica da Mercedes-Benz está sendo construída em Iracemápolis (a 163 km de São Paulo). Os primeiros Classe C nacionais serão produzidos a partir de 2016.
Já o Volvo ainda está longe de ganhar uma versão brasileira, pois a empresa ainda não divulgou planos de fabricação local. Essa decisão passa pela China, pois, embora tenha autonomia para desenvolver seus projetos, a marca sueca pertence à Geely.
PONTO DE EQUILÍBRIO
O bom equilíbrio entre conforto e verve esportiva faz do BMW o carro mais versátil desse comparativo. Ruas esburacadas são menos percebidas a bordo do sedã bávaro, sem que tal suavidade interfira no desempenho. Curvas são vencidas facilmente, e os controles de estabilidade parecem atuar pouco. O carro se basta.
O 328i é soberbo no que não se vê, como as soluções mecânicas que fazem o carro ser o que é. Porém, é preciso um pouco mais para justificar um cheque de R$ 203.950.
Por exemplo, não há sensor de estacionamento dianteiro, item só disponível na versão 335i (R$ 295.950), e, apesar da qualidade do interior, há menos requinte. É nesse ponto que o Mercedes se sobressai.
O novo C250 custa um pouco menos (R$ 189,9 mil), mas parece valer mais que os rivais Volvo e BMW. Principalmente por oferecer uma cabine mais suntuosa.
O motor do sedã da Mercedes-Benz tem 34 cv a menos que o dos concorrentes. A diferença é compensada pelo uso de alumínio em boa parte da carroceria, que reduz o peso do automóvel, e pelo acerto do câmbio automático de sete marchas.
Na pista, o C250 ficou um pouco atrás do BMW, mas a diferença é medida em décimos de segundo. Isso confirma o que o desenho sugere: esse alemão está esportivo como nunca, até demais.
FIRMEZA ALEMÃ
Apesar de ter suspensão pneumática, o Mercedes mostrou ser o mais firme dos carros deste comparativo. Isso é ótimo na hora de andar rápido, mas um tanto cansativo no dia a dia, ainda mais para clientes acostumados aos "tapetes voadores" da marca.
Mas aos que desejam um comportamento mais emocionante, todos os dedos apontam para o C250, que, em certos momentos, lembra seus "irmãos" AMG.
Aos racionais, a BMW 328i é a escolha. Sóbria, rápida e equilibrada, é a síntese do bom automóvel.
O S60 é indicado a consumidores ousados. Ele custa bem menos que os concorrentes germânicos e oferece pacote semelhante, mas isso não significa ser o melhor negócio do ponto de vista financeiro. Pelo que se tem visto no mercado, certamente sofrerá depreciação maior.
Contudo, seu desenho inspirado traz algo atemporal que não se repete todo o dia, como uma boa viagem por uma estrada livre.