CB 650F tem perfil racional e custa menos que a Hornet
Em comparação à antecessora, nova Honda tem desempenho mais contido
Lançamento parte de R$ 28.990; versão carenada sai por R$ 30.690 e sobe para R$ 32.890 com ABS
Após uma década no mercado, a CB 600F, mais conhecida como Hornet, para de ser produzida. Ícone de esportividade com seus 102 cv, não conseguiria atender futuras leis de emissões.
Essa lacuna da Honda no segmento de 600 cm³ volta a ser preenchida em novembro, com a chegada dos modelos CB e CBR 650F.
Quem busca mais desempenho ainda tem a CB 1000R, de 125 cv, que será reposicionada em preço. A ideia da marca é vender a naked apenas na versão ABS, ao mesmo valor da extinta versão standard: R$ 40 mil.
Apresentadas no Autódromo Velo Citá, em Mogi Guaçu (a 164 km de São Paulo), as novas Honda estão mais racionais.
O preço baixou junto com a perda de 15 cv: enquanto a Hornet começava em R$ 32,3 mil, a CB 650F parte de R$ 28.990, vai a R$ 31.190 com o freio ABS (ambas na cor preta) e chega a R$ 31.690 com pintura tricolor e ABS.
Como se perdeu desempenho, itens como chassi de alumínio e suspensões ajustáveis foram deixados de lado. Isso reduz os custos de produção e venda.
O novo chassi de aço apresenta boa rigidez torcional. A suspensão é esportiva sem ser exageradamente dura, mas só a pré-carga da mola traseira é ajustável.
O novo motor quatro cilindros de 649 cm³ entrega desempenho de forma bem linear, com maior torque em baixas rotações. Cerca de 80% da força máxima (6,4 kgfm) é entregue a 4.000 rpm (rotações por minuto), o que evita trocas de marchas constantes. Na Hornet, este valor só aparecia a altos 8.000 rpm, mas a "explosão de adrenalina" era bem mais intensa.
Em outras palavras, é uma motocicleta que atende a quem quer subir de categoria, e ainda assim é divertida de guiar. Em testes de fábrica, a velocidade máxima superou os 220 km/h.
MÁQUINA COMPACTA
A CB se mostrou ágil em desvios de trajetória ou rodando devagar, e parte do mérito se deve ao novo motor, mais compacto. O cabeçote usa dois comandos, e o radiador de água é maior.
Para aumentar de volume, os pistões têm curso 3,5 mm maior. A suavidade desse propulsor é típica dos quatro cilindros em linha, e apenas em marcha lenta nota-se certa vibração.
Destaque para a embreagem suave e para a transmissão macia e certeira em engates. A caixa traz as três primeiras marchas mais curtas e as três últimas alongadas, de modo a atingir 100 km/h a 4.800 rpm, em 6ª marcha.
Por ter comportamento mais brando em comparação à antecessora, a CB 650 deve agradar em viagens tanto pela elasticidade do motor quanto pela autonomia proporcionada pelo tanque de 17,3 litros.
Viagem a convite da Honda