Renault Sandero automatizado repete "soluços" dos rivais
Versão Easy'R não conserta principais incômodos, como trocas bruscas ou lentas
Será que não teria sido melhor manter o câmbio automático de quatro marchas da versão anterior? A pergunta vem quase instantaneamente após o Renault Sandero Easy'R repetir o comportamento "soluçante" dos rivais com câmbio automatizado de embreagem simples (leia-se Palio, Uno, Gol e Fox).
A expectativa de uma caixa desenvolvida pela alemã ZF --que, entre outros projetos, é responsável pelas transmissões de oito e nove marchas de BMW e Land Rover-- não se converteu em realidade nesse caso.
Isso mostra não um demérito do carro, mas um esgotamento de uma solução pensada para ser barata.
Por mais que as constantes atualizações dos softwares que gerenciam o funcionamento do câmbio (que determina em quais situações se reduzirá ou aumentará uma marcha) prometam mais conforto e rapidez, trata-se de uma tecnologia que parece ter chegado ao limite.
As mudanças ainda são incômodas, acompanhadas de uma espécie de vácuo, como se o carro perdesse o fôlego até a próxima marcha ser engatada.
Em qualquer outro sistema --automático convencional, automatizado de dupla embreagem, CVT com modo sequencial ou mesmo no bom e velho câmbio manual--, a passagem de marcha é sempre mais suave e rápida.
MACETE
Há, contudo, um macete para tornar a convivência com um câmbio automatizado menos estressante, e que não é diferente neste Easy'R.
Assumindo o modo manual, basta ao motorista aliviar o pé do acelerador no momento da troca.
Em resumo, continua-se descansando o pé, mas não a mão direita --e só aí metade da vantagem de um câmbio automatizado se esvai.
Fora isso, o Renault mantém suas qualidades: o espaço interno é bom e a central multimídia com GPS e tela sensível ao toque está entre as mais fáceis de operar.
Não fosse pelo preço de R$ 2,4 mil (inferior aos R$ 3,5 mil do antigo automático) e uma economia de combustível de até 20%, a pergunta inicial teria um "sim" com resposta.