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06/09/2012 - 18h21

Cinesesc flerta com festival argentino e exibe 11 longas portenhos em SP

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DE SÃO PAULO

O ciclo de 11 filmes argentinos de safra recente que o Cinesesc abriga a partir desta sexta (7) até a próxima quinta (13) é resultado de "um flerte" entre essa sala de cinema paulistana e o Bafici - Festival do Cinema Independente de Buenos Aires, segundo diz Simone Yunes, programadora do Cinesesc.

"Discrição não é falta de personalidade", diz ator e diretor argentino

Se o flerte virar namoro, será trazida a São Paulo a cada ano uma seleção mais extensa do programa completo do Bafici. Em sua 14ª edição, em 2011, o festival exibiu 449 títulos (sendo 111 argentinos) e atraiu 350 mil espectadores na capital argentina, de acordo com números da organização.

Ao se oferecer como um aperitivo ao espectador, essa primeira edição do Bafici em São Paulo procurará testar a afinidade do público da cidade com o festival portenho.

"É um festival com peso grande para o cinema independente. Gostaríamos de apresentá-lo aqui ao público que ainda não o conhece, e achamos que ele combina com o caráter particular da nossa programação", diz Yunes. O caráter particular, como ela afirma, é o de "uma sala de repertório,que tenta trazer novidades e os olhares nossos para o dia a dia".

Divulgação
Fernando Amaral em cena de "Norberto Apenas Tarde", de Daniel Hendler
Fernando Amaral em cena de "Norberto Apenas Tarde", de Daniel Hendler

Do lado argentino, a intenção foi proporcionar ao espectador brasileiro uma visão da diversidade da cinematografia argentina. "Trabalhamos para construir uma mostra mais representativa possível do cinema argentino projetado nas últimas três edições do Bafici", diz o diretor artístico do festival, Marcelo Panozzo. "Pareceu-nos que, na primeira vez em que o Bafici sai da Argentina, o melhor que poderíamos apresentar como cartão de visitas era, no geral, o cinema argentino e, em particular, a visão da equipe organizadora do festival sobre o cinema que se faz aqui", afirma.

Entre os longas selecionados para o ciclo, "Norberto Apenas Tarde" (2011) é o que tem a assinatura mais familiar ao público brasileiro. Trata-se da estreia na direção de longas do ator Daniel Hendler, 36, protagonista de "O Abrazo Partido" (2003) e "Direito de Família" (2005 ), ambos de Daniel Burman, e par romântico de Alice Braga em "Cabeça a Prêmio" (2009), o título com que Marco Ricca debutou como cineasta.

O movimento de passar para trás das câmeras foi assunto de conversa entre os dois, contou Hendler à Folha.

Em "Los Marziano", dirigido por sua mulher, Ana Katz, e também escalado para a mostra, Hendler faz uma ponta como ator. Filme de poucos acontecimentos e muita observação de seus personagens, "Los Marziano" conta a história de dois irmãos que a vida afastou. Evoca a atmosfera densa que Lucrecia Martel ("La Ciénaga") alcança em sua obra, sem, no entanto, soar como um desvio do estilo mais ligeiro que Katz demonstrou em seus anteriores "El Juego de la Silla" (2002) e "Una Novia Errante" (2006).

Do piloto de aeronaves Enrique Piñeyro, autor do potente filme-denúncia sobre os desmandos de uma companhia aérea "Whisky Romeo Zulu" (2003), o Bafici exibe "Rati Horror Show", em que ele volta sua câmera para as baixezas dos universos policial e jurídico. Piñeyro não se interessa por assuntos fáceis.

Mas há pelo menos um filme desse ciclo para se assistir com um sorriso no rosto. No documentário "Amateur", Néstor Frenkel prova que a paixão dos cinéfilos corriqueiros pelos filmes são quase nada diante da dedicação do dentista Jorge Mario ao cinema. Realizador de filmes próprios em super-8 e amante devotadíssimo da obra alheia, Jorge Mario é o ponto de partida e de chegada de um filme que, delicadamente, valoriza o amor (qualquer amor) pelo cinema. (SILVANA ARANTES)

SELEÇÃO ARGENTINA
Confira os filmes que integram o Festival Bafici

"Accidentes Gloriosos" (2011), de Mauro Andrizzi e Marcus Lindeen
Colagem de sons e imagens que pretende levar o espectador a refletir sobre o tema da morte e da transformação

"Amateur" (2011), de Néstor Frenkel
Documentário sobre um cinéfilo e cineasta amador que é também uma declaração de amor a todos os fãs apaixonados do cinema

"Ausente" (2011), de Marco Berger
Um professor e seu aluno de natação. E uma enorme tensão sexual entre eles

"El Rati Horror Show" (2010), de Henrique Piñeyro
Uma investigação sobre uma condenação judicial injusta e as engrenagens da corrupção policial

""Lo que más Quiero" (2010), de Delfina Castagnino
Em crise na relação com o namorado, uma jovem decide ir visitar sua amiga em Bariloche

"Los Marziano" (2010), de Ana Katz
Dois irmãos se distanciam e fingem que o afastamento não é um incômodo para eles. Mas é.

"Masterplan" (2012), de Diego e Pablo Levy
Um homem apaixonado por sua namorada e por carros traça o "plano perfeito" para lidar com ambos

"Norberto Apenas Tarde" (2010), de Daniel Hendler
Norberto demite-se do emprego que o aborrecia, começa a trabalhar numa imobiliária e matricula-se num curso de teatro depois que seu chefe lhe recomenda atividades de "reafirmação pessoal"

"Ostende" (2011), de Laura Citarella
Num concurso de rádio, o namorado de uma garota ganha uma estada para um casal num resort. Ela vai antes dele e o espera no fim de semana.

"Papirosen" (2011), de Gastón Solnicki
A vida de quatro gerações de uma mesma família, observada de perto

"Secuestro y Muerte" (2010), de Rafael Filippelli
Militantes sequestram um general e conduzem seu julgamento, cujo veredicto é a pena de morte

FESTIVAL BAFICI
Quando: de sexta (7/9) a quinta (13/9)
Onde: Cinesesc (r. Augusta, 2.075, São Paulo, tel. 0/xx/11/3087-0500)
Quanto: R$ 4 (inteira), R$ 2 (meia) e R$1 (comerciários e portadores de carteirinha do Sesc)
Programação completa: www.sescsp.org.br

 

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