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Depp, Penélope Cruz e diretor de "Piratas" fazem rasgação de seda
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ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
A aura mais visível do Festival de Cannes pode até ser a do cinema que ainda se quer arte. Mas nada causa tanto frisson entre a mídia e os curiosos que se amontoam no tapete vermelho quanto um milionário blockbuster hollywoodiano.
Duas horas antes do início da entrevista colectiva da equipe de "Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas", no início da tarde de hoje, fotógrafos e repórteres já formavam fila para encontrar um bom lugar.
O quarto filme da franquia produzida por Jerry Bruckheimer, o primeiro em 3D, usou a 'croisette' como plataforma de lançamento.
Nas próximas semanas, vai ocupar os multiplex do mundo todo. No início de junho, terá de abrir espaço para o novo "X-Men".
Quando se trata de uma franquia como essa, que já arrecadou cerca de US$ 2,7 bilhões ao redor do mundo, ninguém pergunta se o filme irá bem nas bilheterias, mas sim o quão bem irá.
Divulgação | ||
Johnny Depp e Penélope Cruz em cena de "Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas" |
RASGAÇÃO
Os superlativos numéricos, como de hábito, foram transformados, na entrevista coletiva, em superlativos vocabulares.
"Oh, eu trabalhei com um elenco extraordinário, foi um trabalho maravilhoso", disse Rob Marshall, diretor do novo filme.
Marshall, para quem não sabe, foi indicado a 13 Oscar por "Chicago" (2002), musical que saiu da festa hollywoodiana com seis estatuetas, e fez também "Nine" (2009).
A atriz Penélope Cruz, estreante na série pirata, também foi só elogios a tudo e a todos.
"Difícil fazer um filme de ação?", perguntou alguém.
"Eu tive um treinamento antes do filme e, depois, eles todos me protegeram. Foram todos muito gentis e carinhosos", disse a atriz.
Para Depp, que, claro, "adora" o papel e achou o novo filme "fantástico", trabalhar com Cruz foi um "presente". "Ela é tão talentosa, tão bonita. Além disso, é uma amiga muito fiel."
Ao fim, só faltou a moderadora da entrevista dizer: "E assim viveram todos felizes para sempre".
COMODISMO
O vazio das falas, curiosamente, não deixa de ser um espelho do andamento da franquia.
Como escreveu Tim Grierson, na revista especializada "Screen", que tem edições diárias em Cannes, o quarto filme está longe de ser charmoso e divertido como o primeiro, de 2003.
"Conforme a série avançou, a ênfase no espetáculo abafou a adorável excentricidade de Depp", escreveu Grierson. "A história, agora, e frágil e serve apenas para abrir passagem para as sequências de ação."
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