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Obras de Santo Antônio poderão ser retomadas nos próximos dias
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ANA FLOR
DE BRASÍLIA
Centrais sindicais e representantes das empresas responsáveis pelas obras da hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, chegaram a um acordo nesta quinta-feira para colocar em prática reivindicações dos trabalhadores da obra no Rio Madeira.
O empreendimento está parado desde a última semana, depois dos conflitos e da destruição no canteiro de obras de outra hidrelétrica do Madeira --a de Jirau.
Segundo a CUT, os resultados da reunião serão levados a uma assembleia dos trabalhadores no local, que poderão voltar ao trabalho até o início da próxima semana.
A reunião de hoje ocorreu no Palácio do Planalto e foi mediada pelo ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral).
A resolução dos problemas em Santo Antônio é vista como o primeiro passo para que empresas e trabalhadores entrem em acordo também em Jirau. As duas hidrelétricas estão entre as principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
ACORDO
Na primeira reunião do dia, as partes concordaram em estabelecer como regra o processo de contratação dos trabalhadores de todas as grandes obras do país por meio do sINE (Sistema Nacional de Emprego). Esta seria a melhor maneira, segundo os presentes, de eliminar a figura do intermediário, conhecido como "gato".
Um segundo encontro ocorreu entre representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da Odebrecht, que lidera o consórcio responsável por Santo Antônio.
As reivindicações foram em relação aos benefícios dos trabalhadores: a antecipação de 5% do reajuste salarial (a data-base é em maio); a garantia da "volta para casa" --em que as empresas pagam viagem de avião para os trabalhadores visitarem suas famílias a cada três meses e dão cinco dias de folga--; e opções de outras empresas para planos de saúde.
Cerca de 30% das pessoas que trabalham no canteiro da hidrelétrica são de fora da região, situação bem diferente de Jirau, onde este número ultrapassa os 80%.
JIRAU E OUTRAS OBRAS
O plano estabelecido pelo governo é primeiro resolver Santo Antônio, para depois negociar a volta ao trabalho em Jirau. Na sequência, os grupos de trabalho com representantes dos três segmentos --trabalhadores, empresários e governo- debateriam as condições de trabalho em outras obras do país.
Uma nova reunião irá ocorrer no dia 14.
As centrais denunciaram a violência das equipes de segurança patrimonial nos canteiros de obras, com fotos de trabalhadores torturados nas obras da hidrelétrica São Domingos, em Água Clara, no Mato Grosso. A denúncia foi feita ao Ministério Público do Trabalho, segundo o vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
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