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02/06/2010 - 18h30

Tony Blair pede a Israel que levante bloqueio a Gaza

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DA REUTERS

O enviado do chamado Quarteto para o Oriente Médio (EUA, Rússia, ONU e União Europeia), Tony Blair, pediu nesta quarta-feira que Israel encerre o embargo à faixa de Gaza, dizendo que ele é "contraproducente".

"O que [Israel] deveria estar fazendo é permitir [a entrada] de materiais para reconstruir casas e sistemas de saneamento, energia e água e permitir que os negócios floresçam", disse o ex-premiê britânico (1997-2007) à agência de notícias Reuters.

Segundo ele, o embargo não está ajudando Israel a recuperar um soldado mantido refém pelo movimento islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza, desde 2006. "Nem nós, de fato, causamos danos à posição do Hamas por prejudicar pessoas em Gaza."

"A população é prejudicada quando a qualidade do serviço é ruim e as pessoas não podem trabalhar", afirmou Blair.

Na terça-feira, o Egito decidiu abrir a passagem que liga Gaza ao país, fechada desde a chegada ao poder do Hamas, em 2007. Sobre o assunto, ele disse: "Eles reconhecem a causa humana de fazer um maior uso da passagem de Rafah".

As Nações Unidos afirma que o bloqueio à Gaza levou a uma crise humanitária para os 1,5 milhão de palestinos que vivem na região. Mas o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, insistiu nesta quarta-feira que o embargo é necessário para impedir que o Hamas tenha acesso a armas.

O governo israelense nega que exista uma crise em Gaza, dizendo que é permitida a entrada de alimentos e suprimentos médicos enquanto produtos que podem ser usados pelo Hamas para ataques contra Israel --como concreto e aço- são proibidos.

Mas o país foi fortemente condenado após a morte, na última segunda-feira, de nove pessoas a bordo de um navio turco que tentava furar o bloqueio e entregar suprimentos aos palestinos.

Netanyahu

Em pronunciamento transmitido pela TV nesta quarta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, acusou os críticos internacionais de "hipocrisia" e defendeu o ataque israelense a um comboio de navios turcos levando ajuda humanitária para Gaza, que deixou nove mortos na última segunda-feira (31).

Ele reiterou se tratar de uma "ação terrorista" e disse que o bloqueio à faixa de Gaza continua valendo, alegando que suspender o embargo tornaria o local uma base iraniana de mísseis que ameaçariam tanto Israel quanto a Europa.

Jim Hollander/Efe
Premiê israelense faz pronunciamento de seu gabinete, acusando comunidade internacional de "hipocrisia"
Premiê israelense faz pronunciamento de seu gabinete, acusando comunidade internacional de "hipocrisia"

"Israel está enfrentando um ataque de hipocrisia internacional", disse Netanyahu em um comunicado gravado em seu gabinete. Ele disse que a flotilha estava tentando furar o bloqueio, e não levar ajuda a Gaza.

"Se o bloqueio tivesse sido furado, teria sido seguido por dezenas, centenas de barcos", disse. "Cada barco poderia carregar dezenas de mísseis."

Ele afirmou que o Hamas --grupo radical islâmico que tomou o controle da faixa de Gaza em 2007, levando ao bloqueio por parte de Israel-- "continua se armando e que o Irã continua transferindo armas ao Hamas, especialmente foguetes e mísseis".

"Não era um cruzeiro de amor, era um cruzeiro de ódio. Não era uma operação pacífica, era uma operação terrorista."

As declarações foram feitas horas depois de os ativistas pró-palestinos detidos nos navios terem sido mandados para o aeroporto de Ben-Gurion, perto de Tel Aviv, para serem deportados.

Israel recebeu duras críticas internacionais condenando o ataque à flotilha de seis navios em águas internacionais na segunda-feira, que levaram a confrontos e deixaram nove ativistas mortos e dezenas de feridos. Os cerca de 700 ativistas --incluindo 400 turcos-- tentavam furar o bloqueio naval que Israel e Egito impusearam à faixa de Gaza há três anos.

O Parlamento turco pediu ao governo nesta quarta-feira para rever todas as relações com Israel, enquanto o país se prepara para receber de volta os ativistas que foram detidos em Israel.

Gaza está sob bloqueio de Israel e do Egito desde que o grupo militante islâmico Hamas tomou o poder, em 2007. Israel recusa acusações de que o local esteja passando por uma crise humanitária e alega permitir a entrada de comida, remédios e suprimentos o suficente no território.

Ataque de 2ª feira

Na madrugada de segunda-feira (31), cerca de 700 ativistas tentaram furar o bloqueio imposto por Israel a Gaza para levar cerca de 10 mil toneladas de ajuda humanitária quando foram atacados por militares israelenses em águas internacionais. Pelo menos dez ativistas foram mortos na operação.

O Conselho de Segurança da ONU emitiu uma declaração condenando o que chamou de atos que resultaram na perda de vidas durante o ataque israelense a frota de navios.

O governo de Israel disse que as tropas israelenses agiram em defesa própria no episódio, depois de serem atacadas.

Por meio de uma nota, divulgada pelo governo israelense, o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, disse que as pessoas a bordo do navio invadido não estavam em missão de paz e são terroristas.

Entenda a ação dos israelenses:

Arte/Folha

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

 

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