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07/06/2010 - 11h05

Líder aprova mudanças em regra de sucessão na Coreia do Norte

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DA EFE, EM SEUL

O líder norte-coreano, Kim Jong-il, aprovou mudanças na cúpula dirigente do país comunista que poderiam abrir caminho para a sucessão hereditária no regime criado por seu pai há 62 anos. Até o momento a assembleia não divulgou informações sobre medidas contra o vizinho rival, a Coreia do Sul.

A agência oficial norte-coreana "KCNA" informou que Kim participou de uma sessão extraordinária da Assembleia Suprema do Povo (Parlamento), reunida pela segunda vez neste ano, o que é muito incomum.

Já segundo a agência sul-coreana "Yonhap", a Assembleia Suprema do Povo designou um novo primeiro-ministro e promoveu também o cunhado do líder norte-coreano, Chang Sung-taek, como proposta de Kim, ao cargo de vice-presidente da Comissão Nacional de Defesa, o principal órgão de decisão do país.

A Comissão Nacional de Defesa, presidida pelo próprio líder norte-coreano, é o organismo que governa o país comunista. Acredita-se, por isso, que o cunhado de Kim, marido de sua irmã mais nova, tenha se tornado agora o "número dois" do regime.

Chang, que reapareceu na política norte-coreana em 2006 após ficar ausente por dois anos, já era um dos 13 membros da Comissão Nacional de Defesa.

Analistas sul-coreanos acreditam que Chang poderá exercer agora um papel importante para preparar a sucessão de Kim, cuja saúde não é aparentemente a mesma desde 2008, quando sofreu um derrame cerebral.

Em Seul, interpretações sobre essa nomeação sugerem que a Coreia do Norte possa abrir caminho para a sucessão do líder norte-coreano com a possível ascensão de seu filho caçula, Kim Jong-un, de 26 anos.

Kim Jong-il, de 68 anos, herdou o poder na ditadura comunista após a morte em 1994 de seu pai, Kim Il-sung, que fundou em 9 de setembro de 1948 a República Popular Democrática de Coreia - nome oficial da Coreia do Norte.

De acordo com alguns analistas sul-coreanos, desde que Kim Jong-il sofreu um derrame cerebral em 2008, o dirigente norte-coreano quer contar com familiares para preparar a sucessão.

Sessão incomum

Essa foi a segunda vez que o regime comunista convocou a sessão parlamentar neste ano, algo que não acontecia desde 2003. A Assembleia Suprema do Povo é integrada por 687 parlamentares, escolhidos por eleições legislativas realizadas em março de 2009.

Nessa sessão parlamentar, Choe Yong-rim, secretário-chefe do Comitê do Partido dos Trabalhadores em Pyongyang, foi nomeado novo primeiro-ministro em substituição de Kim Yong-il, que ocupava esse cargo desde 2007.

Segundo a imprensa sul-coreana, essa nomeação parece ter o objetivo de contentar a opinião pública norte-coreana, após o fracasso da reforma monetária realizada em novembro passado pelo regime.

Mas, como é habitual no hermético regime norte-coreano, os rumores e as especulações rondam qualquer evento e a convocação desta Assembleia suscitou os alarmes na comunidade internacional.

De início, analistas sul-coreanos especulavam que nesta sessão parlamentar se poderia outorgar ao filho mais novo de Kim um posto oficial para formalizar o processo de sucessão, o que acabou não ocorrendo.

Coreia do Sul

Também não foram anunciadas medidas contra a Coreia do Sul, em pleno momento de crise na península. As tensões entre as duas Coreias eclodiram depois de a embarcação militar sul-coreana "Cheonan" afundar no dia 26 de março, perto da fronteira marítima com a Coreia do Norte, o que deixou 46 mortos.

Uma equipe internacional de investigadores concluiu em 20 de maio em Seul que o afundamento da embarcação sul-coreana foi causado por um torpedo disparado de um submarino norte-coreano, acusação negada pelo regime de Pyongyang.

A Coreia do Sul levou na sexta-feira passada este caso ao Conselho de Segurança da ONU, sem que, por enquanto, Pyongyang tenha anunciado sua resposta.

Desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), os dois países convivem em estado de alerta e tensão, pois nunca houve um tratado de paz que encerrasse tecnicamente a beligerância. O que vige entre ambos é um armistício.

 

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