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10/06/2010 - 11h30

Hamas e Israel trocam acusações sobre retenção de ajuda para Gaza

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DA EFE, EM GAZA

O grupo islâmico Hamas e Israel se acusaram mutuamente nesta quinta-feira de querer evitar a entrada em Gaza de ajuda humanitária de navios destinados ao território.

"Israel não deseja que qualquer tipo de ajuda chegue a Gaza para continuar a enganar a opinião pública mundial e continuar dizendo que enviou ajuda para Gaza", disse o porta-voz do governo do movimento islâmico em Gaza, Hamas Fawzi Barhum.

Por sua vez, Guy Inbar, porta-voz para a agência militar israelense encarregada da administração dos territórios palestinos ocupados, disse que "oito caminhões com ajuda humanitária da frota foram entregues no cruzamento de Kerem Shalom (na fronteira com Gaza) onde eles estão esperando para o Hamas a aceitar a ajuda."

No início, o movimento islâmico se recusou a permitir entrada de bens confiscados pelos israelenses após o ataque da Marinha de Israel a frota de navios de ajuda humanitária em águas internacionais em 31 de maio, que resultou na morte de nove civis turcos.

Agora, o Hamas tem se recusado a receber ajuda através de Israel. "O Hamas não tem recusado receber o auxílio, é Israel que se recusa a devolver para as organizações internacionais os produtos doados em diferentes países", disse o porta-voz do Hamas.

Ele acrescentou que os produtos da frota têm que chegar "pelas ONGs e não pelas forças de ocupação, para garantir que eles cheguem às famílias pobres".

Bloqueio a Gaza

Autoridades palestinas, baseadas na Cisjordânia, disseram que a partir da próxima semana, Israel deverá permitir a entrada na faixa de Gaza de alguns tipos de alimentos que antes eram vetados.

"Pela primeira vez nos últimos três anos, Israel decidiu aumentar a quantidade de produtos na faixa e permitirá, nesta semana, a entrada de sucos, frutas em conserva, biscoitos, aperitivos e batatas fritas", disse Raed Fatuh, do Ministério da Economia do Executivo do Hamas na faixa de Gaza

"Eles enviarão o primeiro carregamento. Estamos aguardando", disse o ministro palestino da Economia, Hassan Abu Libdeh, em Ramallah. "Estamos aguardando o fim desse injusto bloqueio".

Israel diz que o bloqueio em Gaza é "necessário" para deter o fornecimento de armas ao grupo radical islâmico Hamas, que dominam Gaza e se opõe aos esforços de paz de Abbas.

Raed Fattouh, chefe do comitê palestino que coordena a entrada de produtos vindos de Israel para a faixa de Gaza, disse que não ficou claro se o Hamas permitirá a entrada dos itens.

Investigação

Nesta terça-feira (8), Israel anunciou que irá criar uma comissão civil para investigar o ataque de seus militares, mas seu mandato se limitará a examinar os aspectos jurídicos do bloqueio a Gaza e da operação marítima.

"Decidiu-se que a comissão que será criada examine duas questões: se o bloqueio marítimo está conforme o direito internacional e se a operação contra a frota também foi de acordo com o direito internacional", afirmou à rádio pública.

A comunidade internacional exige ao menos um componente internacional na investigação sobre essa operação, ocorrida em 31 de maio, onde Exército de Israel atacou um comboio de sete navios que transportava mais de 750 pessoas e 10 mil toneladas de ajuda humanitária para a faixa de Gaza, deixando ao menos nove mortos.

A decisão sobre o mandato da comissão foi adotada ontem durante uma reunião do foro dos sete principais ministros do governo de Binyamin Netanyahu, da qual Begin participou.

A comissão não terá o direito de interrogar os soldados e oficiais que participaram da operação contra a frota.

Segundo meios de comunicação israelenses, céticos sobre a eficiência da iniciativa, a comissão será integrada por juristas e ex-altos diplomatas israelenses, com dois advogados estrangeiros como observadores.

O Exército iniciou sua própria investigação interna, criando uma equipe de especialistas integrada por generais da reserva que "examinará o desenvolvimento da operação e tirará suas conclusões", que serão entregues até 4 de julho.

 

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