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Ministro francês diz que pode renunciar diante de escândalo de doações ilegais
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DE SÃO PAULO
O ministro francês do Trabalho, Eric Woerth, no centro de um escândalo de doações ilegais à campanha presidencial de Nicolas Sarkozy, mudou o tom e disse nesta segunda-feira que pode renunciar do cargo de tesoureiro da União do Movimento Popular (UMP). A declaração vem horas antes do presidente Sarkozy ir à TV para uma entrevista na qual deve explicar o caso e tentar conter os danos.
Woerth teria recebido 150 mil euros em dinheiro de Patrice de Maistre, principal conselheiro financeiro da herdeira da L'Oreal, Liliane Bettencourt, para a campanha de Sarkozy, em 2007. Na época, Woerth já ocupava o cargo de tesoureiro da UMP.
Segundo a ex-contadora de Bettencourt, Claire Thiboult, Maistre lhe pediu ainda para retirar 50 mil euros em um caixa automático para dar a Woerth.
O financiamento é ilegal segundo a legislação francesa, que limita a 4.600 euros as doações a candidatos por pessoas físicas e determina que o repasse de verbas somente pode ser feito em espécie quando inferior a 150 euros.
O escândalo de doações ilegais afundou a taxa de aprovação de Sarkozy e envergonhou o governo de centro-direita, que já enfrentou um momento difícil nas urnas municipais.
O ministro está envolvido também nos escândalos de evasão fiscal da fortuna de Bettencourt. Gravações feitas ilegalmente por um mordomo revelam conversas entre a herdeira e seus conselheiros financeiros, nas quais aparece o nome da mulher de Woerth, Florence, em conversa sobre operações financeiras para a herdeira da L'Oreal sonegar impostos.
Os interlocutores dão a entender que o próprio Woerth, então ministro de Orçamento, estaria consciente das operações. A oposição exige a renúncia de Woerth.
Neste domingo, um relatório da Inspeção Geral de Finanças (IGF) inocentou Woerth, dizendo que ele não interveio para conceder privilégios fiscais a Bettencourt.
Woerth disse à rádio Europe 1 que ele não pensou ainda em renunciar como tesoureiro no auge da crise, mas consideraria sua saída agora que foi exonerado pelo relatório.
"Eu precisava ter isso [relatório] da Inspeção Geral de Finanças (IGF). Eu pensarei sobre renunciar", disse, sem dar mais detalhes.
DEFESA TELEVISIONADA
Com Woerth exonerado do escândalo, Sarkozy vai ser entrevistado às 20h15 (15h15 de Brasília) pela TV pública France 2 para tentar minimizar o escândalo Bettencourt e defender sua reforma do sistema de pensão --que está sendo levada a cabo por Woerth.
Ele deve enfrentar perguntas sobre os questionamentos da oposição socialista, que pede uma investigação independente sobre as doações ilegais, já que o IGF é de jurisdição do governo.
Com agências de notícias
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