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16/07/2010 - 13h13

Premiê espanhol desiste de encontrar presidente de Ruanda após protestos

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DE SÃO PAULO

Atualizado às 13h21.

O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, se recusou a encontrar o presidente de Ruanda, Paul Kagame, em uma reunião da ONU (Organização das Nações Unidas) em Madri, após protestos contra o líder africano.

Zapatero deveria encontrar-se com Kagame e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na sede do governo nesta sexta-feira para uma primeira sessão do Grupo dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Arturo Rodriguez/AP
Manifestantes mostram sangue falso em suas mãos e um cartaz com foto do presidente da Ruanda em protesto
Manifestantes mostram sangue falso em suas mãos e um cartaz com foto do presidente da Ruanda em protesto

Ban escolheu Zapatero e Kagame para presidir o grupo como parte dos preparativos para uma cúpula em setembro sobre redução de pobreza.

Porém, reclamações de grupos de direitos humanos e partidos opositores levaram o governo a transferir o encontro para um hotel em Madri e enviar o chanceler Miguel Angel Moratinos em seu lugar.

"O presidente de governo foi sensível" às críticas ao encontro, explicou a vice-premiê María Teresa Fernández de la Vega.

Um processo judicial nos EUA acusa Kagame de ordenar que um avião carregando o presidente de Ruanda fosse abatido em 1994. O acidente provocou um genocídio, que deixou ao menos 500 mil mortos. O exército armado de Kagame ajudou a pôr fim aos cem dias de matança ao derrubar o poder.

Já o juiz espanhol Fernando Andreu emitiu, em fevereiro de 2008, uma ordem de prisão contra 40 militares do regime ruandês acusados de "genocídio" e de terem fomentado confrontos étnicos nos anos 1990, para tomar o poder e pôr em prática um "regime de terror".

Foi especialmente criticado o assassinato de nove missionários e colaboradores espanhóis testemunhas do massacre. O advogado dos familiares das vítimas espanholas, assassinadas pelas milícias tutsi de Kagame antes de assumir o poder, qualificou de "maquiagem" a posição de Zapatero.

Os dois líderes "não vão tirar fotos juntos e não vão se reunir em um prédio oficial", mas "o presidente [de governo] Zapatero não recusou o convite", denunciou o advogado Jordi Palou à rádio RNE.

INVESTIGAÇÃO

Ban Ki-moon pediu nesta sexta-feira a Kagame "uma investigação completa" sobre os últimos "incidentes" em seu país, após a morte de um jornalista e de um líder opositor, disse seu porta-voz.

Ban "manifestou suas inquietudes diante dos recentes incidentes que causaram tensões políticas", às vésperas das eleições em Ruanda, durante o encontro com Kagame.

O secretário-geral da ONU também ressaltou "a necessidade de respeitar os direitos humanos" e de "incentivar as autoridades ruandesas a realizar uma investigação completas sobre esses incidentes".

Três partidos de oposição em Ruanda pediram ontem "uma investigação internacional independente" sobre a morte de um dirigente da oposição, André Kagwa Rwisereka, cujo corpo foi achado na quarta-feira em um pântano no sul do país, assim como a morte, em 24 de junho, do jornalista independente Jean Léonard Rugambage.

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

 

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