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20/07/2010 - 12h46

Premiê britânico defende BP em visita aos Estados Unidos

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê britânico, David Cameron, defendeu a empresa petrolífera BP, antes de um encontro com senadores dos Estados Unidos sobre o suposto lobby da empresa pela libertação do terrorista líbio responsável pelo atentado de Lockerbie.

O Senado americano convocou para depor na próxima semana executivos da BP e funcionários do governo britânico sobre a influência que pode ter exercido a companhia petrolífera na libertação de Abdel Basset Al Megrahi, condenado à prisão perpétua pelo atentado de Lockerbie de 1988, quando um voo da companhia aérea Pan Am explodiu no trajeto entre Londres e Nova York, matando 270, a maioria americanos.

Larry Downing/Reuters
Premiê britânico, David Cameron (esq.), conversa com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca
Premiê britânico, David Cameron (esq.), conversa com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca

"Vamos deixar claro quem libertou Al Megrahi. Foi uma decisão de governo no Reino Unido. Foi a decisão errada. Não foi a decisão da BP. Foi a decisão dos ministros escoceses", afirmou.

O Comitê de Relações Exteriores do Congresso dos EUA investiga se a BP fez lobby com o governo escocês para facilitar um acordo de US$ 900 milhões para exploração de petróleo com a Líbia.

Em maio de 2007, o então premiê britânico Tony Blair elogiou o acordo de exploração de petróleo entre a BP e a Libya Investment Corp. como um marco da relação entre os dois países e chegou a abraçar Gaddafi, após duas horas de reunião em uma tenda.

No mesmo mês, Reino Unido e Líbia assinaram um memorando de entendimento para negociar acordos de extradição, assistência legal mútua, aproximação civil e comercial e transferência de presos. Pouco mais de um ano depois, em 17 de novembro de 2008, os dois países assinaram o acordo para a transferência de presos --ratificada pelo Parlamento no ano passado.

A polêmica libertação de Megrahi foi decretada em agosto passado pelo governo escocês por motivos humanitários, já que ele teria um câncer de próstata em fase terminal --e no máximo três meses de vida. O ex-agente dos serviços secretos foi recebido como herói na Líbia. Em julho de 2010, professor Karol Sikora examinou Megrahi para o governo líbio e disse ao jornal "Sunday Times" que o líbio poderia viver mais dez anos.

Pouco após sua libertação, a BP reconheceu em comunicado que pediu ao governo britânico que acelerasse a transferência de um prisioneiro da Líbia em 2007, lembrando que a demora poderia trazer consequências negativas aos interesses comerciais britânicos.

Agora, a BP ressalta que não falou especificamente no caso de Megrahi e que a ratificação do acordo de exploração com a BP era apenas um dos muitos interesses comerciais envolvidos no processo.

PETRÓLEO

Cameron defendeu ainda a reação da BP tragédia do vazamento de um poço de petróleo no golfo do México, o maior desastre ambiental da história americana.

Cameron, que além de senadores também se reúne com o presidente norte-americano Barack Obama em sua visita a Washington, disse à Rádio Pública Nacional: "É claro que a BP tem de fazer todo o necessário para tampar o poço de petróleo, para limpar o vazamento, para pagar compensações. Sei que eles querem fazer isso e que farão isso".

O poço foi tampado na última quinta-feira e deste então a BP realiza testes de pressão para verificar a eficiência do método. Se ele resistir, ficará mais fácil interromper definitivamente o vazamento no mês que vem, quando deve ficar pronto um poço auxiliar a partir do qual os técnicos irão sufocar o poço danificado.

As ações da BP chegaram a disparar 2,9%, após Thad Allen, principal autoridade dos Estados Unidos para o vazamento de petróleo da BP no golfo do México, afirmar que uma infiltração detectada a cerca de três quilômetros do poço podem não estar relacionadas ao vazamento principal, que teve início em 20 de abril.

Jason Kenney, analista de petróleo do ING em Edimburgo, disse que a questão está sendo usada como uma um porrete para bater na BP. "[Cameron] deveria dizer aos senadores para se acalmarem", afirmou.

 

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