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26/07/2010 - 14h07

Torturador do Khmer Vermelho recebe sentença após 30 anos; saiba mais

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DA FRANCE PRESSE, EM PHNOM PENH

O chefe da prisão S-21, onde cerca de 16 mil pessoas foram torturadas e mortas durante o regime do Khmer Vermelho, recebeu nesta segunda-feira pena de 35 anos de prisão.

Kaing Guek Eav, conhecido como Duch, deve passar apenas 19 deles na prisão, descontando tempo já cumprido e outros fatores. Dos tempos do regime de terror cambojano, na década de 70, 30 anos se passaram até o primeiro sinal de justiça.

Entenda o caso:

O GENOCÍDIO:

O movimento revolucionário do Khmer Vermelho tomou o poder no Camboja em 17 de abril de 1975. O novo regime, dirigido por Pol Pot e apoiado pela China, aboliu a religião, as escolas e a moeda e esvaziou as cidades para enviar seus habitantes para fazendas coletivas no campo. Cerca de 1,7 milhão de cambojanos, um quarto da população, morreram de exaustão, fome, doenças ou tortura e em execuções ordenadas durante uma vasta perseguição.

O FIM DO REGIME:

O Khmer Vermelho foi expulso do poder em 7 de janeiro de 1979 pelas forças de Hanói, aliadas a ex-membros do movimento que desertou no Vietnã, como Hun Sen, atual primeiro-ministro. Os Khmer se convertem em rebeldes no norte e no oeste do país, com o apoio militar de Pequim e o assentimento de Washington e seus aliados.

O movimento acabou em meados dos anos noventa. Pol Pot morreu em 1998 e escapou da justiça, como outros protagonistas importantes que morreram posteriormente, como Son Sen e Ta Mok.

O TRIBUNAL:

Em 1997, o governo cambojano pediu ajuda à ONU (Organização das Nações Unidas) para levar ante a justiça os altos ex-dirigentes do regime. Em 2003, firmaram um acordo para a criação de um tribunal cambojano com participação internacional. Esse tribunal, formado em 2006 em Phnom Penh (Câmara Especial nos Tribunais do Camboja, o CETC, sigla em inglês), é uma jurisdição híbrida que tem três línguas de trabalho (khmer, inglês e francês), e deve respeitar complexos procedimentos que incluem as normas internacionais.

O procedimento se caracterizou por atrasos e acusações de interferência do governo cambojano, atrito entre magistrados nacionais e estrangeiros e dificuldades financeiras, além de acusações de corrupção.

Para o processo, foram excluídas as penas de morte e as indenizações financeiras aos sobreviventes.

OS ACUSADOS:

Além de Duch, quatro dirigentes do Khmer Vermelho devem ser julgados a partir de 2011: o "Irmão número 2", Nuon Chea (84 anos), ideólogo e ex-braço direito de Pol Pot; o ex-ministro das Relações Exteriores Ieng Sary (84 anos) e sua mulher Ieng Thirit (78 anos) e o ex-chefe de Estado Khieu Samphan (78 anos). Os acusados estão detidos em um edifício próximo ao tribunal.

 

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