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29/07/2010 - 08h04

Polícia interroga ministro do Trabalho francês por escândalo L'Oréal

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Policiais interrogam nesta quinta-feira, como testemunha, o ministro do Trabalho francês, Eric Woerth, como parte da investigação sobre escândalo de doações ilegais de campanha e evasão fiscal da herdeira da L'Oréal, Liliane Bettencourt.

A declaração de Woerth, que acontece na sede do Ministério do Trabalho, começou no início da manhã. Seu advogado, Jean-Yves Le Borgne, não quis fazer comentários antes do início do interrogatório, mas anunciou que será realizada uma entrevista coletiva ao fim do depoimento.

Jean Marc Loos-12jul.10/Reuters
Ministro de Trabalho, Eric Woerth, renuncia ao cargo de tesoureiro para tentar conter danos de escândalo de doações ilegais
Ministro de Trabalho, Eric Woerth, renuncia ao cargo de tesoureiro para tentar conter danos de escândalo de doações ilegais

Claire Thiboult, ex-contadora de Bettencourt, denunciou que Woerth, tesoureiro do governista UMP, teria recebido 150 mil euros em dinheiro vivo de Patrice de Maistre, seu amigo pessoal e o principal conselheiro financeiro da multimilionária, para a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy, em 2007.

Thiboult afirma ainda que Maistre lhe pediu para retirar 50 mil euros em um caixa automático para dar a Woerth.

O financiamento é ilegal segundo a legislação francesa, que limita a 4.600 euros as doações a candidatos por pessoas físicas e determina que o repasse de verbas somente pode ser feito em espécie quando inferior a 150 euros.

A polícia francesa investiga ainda o conteúdo de gravações clandestinas entre ela e seus assessores, realizadas por seu ex-mordomo entre maio de 2009 e maio de 2010, as quais sugerem operações fraudulentas na gestão de sua fortuna.

As gravações revelam conversas entre a herdeira e seus conselheiros financeiros sobre, entre outras coisas, métodos para sonegar impostos. Os interlocutores dão a entender que Woerth, então ministro de Orçamento, estaria consciente das operações.

Há ainda suspeitas de conflitos de interesse ou tráfico de influência envolvendo o ministro Woerth, cuja mulher, Florence, trabalhou numa empresa encarregada de administrar a fortuna de Bettencourt quando ele estava no cargo de ministro do Orçamento (de 2007 a março de 2010).

Florence trabalhou como contadora da herdeira de 2007 até o fim de junho de 2010, renunciando depois do estouro do escândalo.

Woerth chegou a renunciar ao cargo de tesoureiro --sem data de saída-- para tentar conter os danos do escândalo.

REVISTA

Nesta quarta-feira, a polícia francesa revistou a casa de Francoise Bettencourt Meyers, filha da herdeira da L'Oréal e estopim do escândalo ao processar o fotógrafo François Marie Banier, 63, por supostamente manipular Liliane, 87, para obter presentes milionários.

Os investigadores tentam determinar em quais circunstâncias o ex-mordomo de sua mãe, Pascal Bonnefoy, decidiu gravar as conversas da empresária com seus assessores, segundo o jornal francês "Le Figaro".

O conteúdo dessas gravações clandestinas foi revelado há um mês e meio pelo site Mediapart e pela revista "Le Point", desencadeando um escândalo de consequências políticas.

A polícia mantém sigilo sobre as investigações até o momento.

 

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