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04/08/2010 - 10h17

Sudão condena 19 homens a chibatadas por usarem roupas de mulher

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DA REUTERS, EM CARTUM

Um tribunal sudanês condenou nesta quarta-feira 19 jovens muçulmanos a 30 chicotadas e uma multa por quebra do código moral ao usar roupas femininas e maquiagem, um caso que expõem a polêmica do tratamento da homossexualidade no país africano.

Muitos dos acusados tentaram esconder seus rostos das cerca de 200 pessoas que assistiram ao julgamento e as chibatadas realizadas em sequência. Nenhum dos condenados tinha um advogado de defesa ou ao menos chegou a dizer algo em seu favor.

O juiz disse que a polícia invadiu uma festa realizada pelos 19 homens e os encontrou dançando "de uma forma feminina", usando roupas femininas e maquiagem. Ele disse ainda que havia um vídeo da festa e que uma mulher que estava presente conseguiu fugir.

Os réus foram acusados de violar códigos públicos de moralidade do Sudão.

Os jornais locais informaram que a festa foi realizada para celebrar um casamento entre pessoas do mesmo sexo --cerimônia que não foi citada pelo juiz.

Um advogado presente, que não quis ser identificado, disse que seus colegas têm medo de assumir esse tipo de defesa.

"Essas pessoas não tiveram a chance de justiça", disse ele. "A opinião pública e a mídia pré-julgaram eles e os advogados estavam com muito medo de vir e defendê-los."

A lei sharia islâmica está arraigada no código legal do Sudão e foi um ponto de atrito em um acordo de paz de 2005, que encerrou mais de duas décadas de guerra civil entre os islâmicos de Cartum e rebeldes da maioria cristã e animista do sul.

O sul foi dispensado de servir seguindo a sharia, mas ela ainda se aplica em Cartum, onde muitos não-muçulmanos vivem. As prisões para mulheres de Cartum estão lotadas de não-muçulmanos do sul condenados por fabricar ou vender álcool.

 

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