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Ministro rebate ONU e diz que israelenses invadiram Líbano
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O ministro libanês de Informação, Tareq Mitri, refutou nesta quarta-feira as investigações da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) e afirmou que soldados israelenses invadiram a fronteira do Líbano para podar árvores --estopim de uma troca de tiros que deixou ao menos cinco mortos.
"As árvores estavam ao sul da Linha Azul, mas em terras libanesas", disse Mitri, em entrevista coletiva em Beirute.
O ministro ressaltou ainda que o Líbano sempre teve reservas quanto à Linha Azul, demarcada pela ONU quando Israel retirou as forças do Líbano em 2000, mas sempre a respeitou.
Em comunicado divulgado mais cedo, a Finul afirmou que os investigadores ainda estão no local e que a investigação sobre o incidente continua. "A Finul estabeleceu, contudo, que as árvores estavam sendo cortadas pelo Exército israelense ao sul da Linha Azul [fronteira dos dois países] do lado israelense".
Segundo Mitri, contudo, Israel avisou a Finul que podaria as árvores. O Líbano então pediu que as forças da ONU suspendessem o processo até a chegada dos militares libaneses ao local. Israel decidiu então agir sem coordenação com a Finul, o que foi considerado uma provocação pelo Exército libanês --cujos soldados dispararam tiros de alerta aos israelenses.
A versão israelense, contudo, é outra. O comandante militar do norte de Israel, o general Gadi Eisenkot, disse à imprensa que os militares faziam uma operação de rotina na região da fronteira, em Misgav Am, para podar uma vegetação que atravessava os dois países. A ação, afirma, ocorreu somente dentro do território israelense.
Os oficiais libaneses que supervisionavam a operação de uma posição permanente teriam sido alvos de tiros de sniper, no que o general chamou de "evento planejado, uma agressão do Exército libanês que atirou em soldados dentro do território israelense sem nenhuma provocação".
O Ministério de Relações Exteriores de Israel acusou ontem o Líbano de violar a resolução 1701 do Conselho de Segurança, que suspendeu as hostilidades entre os dois lados na guerra de 2006 entre Israel e o grupo libanês Hizbollah.
A resolução pede a interrupção do tráfico de armas e proíbe armas não autorizadas na região entre o rio Litani e a Linha Azul, a fronteira monitorada pela ONU entre Israel e o Líbano.
Líbano afirmou que ao menos três soldados e um jornalistas morreram do seu lado. Já israel relatou a morte de um oficial e um comandante que ficou gravemente ferido.
TENSA CALMA
No verão de 2006, depois da captura pelo Hizbollah de dois soldados israelenses na fronteira, uma guerra de 34 dias foi travada entre Israel e o partido xiita, matando mais de 1.200 libaneses, em maioria civis e 160 israelenses, em maioria militares.
Depois do confronto de 2006, a ONU enviou 12 mil membros de suas tropas de manutenção de paz.
Os confrontos desta terça-feira, contudo, não envolveram o Hizbollah. Mitri confirmou que o Exército libanês "agiu sozinho".
As tensões na fronteira aumentaram nos últimos meses. Israel alega que as guerrilhas do Hizbollah expandiram significativamente e melhoraram seu arsenal de foguetes desde 2006.
Entre outras coisas, membros do governo de Israel acusam a Síria e o Irã de dar materiais ao Hizbollah, incluindo mísseis Scud capazes de atingir qualquer ponto de Israel, uma acusação que o grupo libanês não nega nem confirma.
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