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04/08/2010 - 14h10

Berlusconi passa em primeiro teste no Parlamento após racha do partido

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DE SÃO PAULO
DA FRANCE PRESSE, EM ROMA (ITÁLIA)

O Parlamento italiano rejeitou nesta quarta-feira moção de censura contra o vice-ministro de Justiça, Giacomo Caliendo, considerado uma vitória do governo liderado por Silvio Berlusconi e que enfrentou um racha na semana passada.

Caliendo é investigado por supostamente fazer parte de uma organização secreta que conspirou para manipular nomeações políticas e judiciais. Ele negou as acusações e rejeitou os pedidos pela sua renúncia. Ele disse que foi questionado por um juiz no dia 30 de julho e que deu informações que comprovariam sua total inocência. Berlusconi apoiou o funcionário.

O resultado da votação foi tido como uma medida concreta do balanço de poder no Parlamento após o rompimento com o cofundador do PdL.

O partido sofreu um racha com a saída do ex-aliado e presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, que criou um novo partido com 33 deputados do PdL, o suficiente para tirar a maioria que o governo tem na Casa, e dez senadores, o que reduziria a maioria governista no Senado para apenas duas cadeiras de vantagem.

A rejeição da moção recebeu 299 votos contra, 75 abstenções e 229 a favor na Câmara dos Deputados. Os dissidentes liderados por Fini anunciaram ontem que iriam se abster na votação.

Berlusconi, presente, recebeu aplausos e vaias e não cumprimentou Fini.

O governo não era obrigado a renunciar caso a moção contra Caliendo fosse aprovada, mas caso isso ocorresse poderia ser o tipo de golpe simbólico que Berlusconi sinalizou que não tolerará.

Se o governo renunciar e o presidente da Itália --cujo papel é principalmente institucional- não conseguir formar um novo, ele pode dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, que geralmente são realizadas dois meses mais tarde. O calendário eleitoral italiano prevê eleições apenas em 2013.

INCOMPATIBILIDADE

Fini, presidente da Aliança Nacional (surgida do antigo partido neofascista MSI), entrou em 1994 para a coalizão de Berlusconi e ambos fundaram, em março de 2009, o PdL, o grande partido destinado a reunir a direita italiana.

Há meses, Fini começou a discordar publicamente do governo Berlusconi e, recentemente, afirmou que todos os políticos processados deveriam renunciar. Três ministros nesta situação acabaram abandonando o governo.

Fini também contribuiu para modificar um polêmico projeto de lei destinado a limitar as escutas telefônicas legais, contrariando Berlusconi diretamente.

Na semana passada, ele criou um novo partido --Azione Nazionale (AN)-- uma referência ao partido Aliança Nacional.

Berlusconi acusou Fini de ser um traidor e conspirador e tentar levar o partido a uma lenta morte e pediu que deixe a Presidência da Câmara de Deputados.

O PdL emitiu um comunicado duro condenando Fini e dizendo que suas ações e comentários não mais refletiam os ideais do partido.

O ex-aliado respondeu que a Presidência da Câmara "não está a disposição" do primeiro-ministro.

 

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