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Mais de 500 mil fogem de inundações no Paquistão e presidente viaja ao Reino Unido
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
As autoridades paquistanesas retiraram mais de 500 mil pessoas somente da Província de Sindh, no sul do país, que estavam sob ameaça das piores inundações em 80 anos. Após as águas matarem mais de 1.600, os paquistaneses estão furiosos com o presidente Asif Ali Zardari, que decidiu viajar ao exterior.
As enchentes já se espalharam por Sindh, mas as águas continuam subindo e ameaçam causar mais danos no Paquistão. Até mesmo a vizinha Índia está sob ameaça da destruição trazida pelas fortes chuvas de monção, que devem seguir até fim de agosto.
Ishtiaq Mahsud/AP | ||
Moradores fogem de vilas inundadas no noroeste do Paquistão; mais de 1.600 morreram nas enchentes |
"As chuvas de monções continuam a cair e pelo menos 11 distritos estão sob risco de inundação em Sindh, onde mais de 500 mil pessoas foram realocadas para lugares mais seguros. A remoção ainda continua, com base em alertas do Departamento Meteorológico", afirmou o escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários.
As inundações também destruíram áreas de produção agrícola, base da economia paquistanesa, e ameaçam criar uma crise alimentar.
Elas varreram o país, do noroeste ao cinturão agrícola da Província de Punjab e para Sindh --cobrindo pontes, estradas e deixando vilas submersas em um rastro de mil quilômetros. Mais chuvas devem atingir as áreas rurais de Sindh nesta sexta-feira e sábado.
Embora as autoridades tenham conseguido retirara centenas de milhares de moradores isolados, a distribuição dos suprimentos de emergência ainda não está chegando a todos os lugares. O estoque de comida está se tornando uma preocupação em algumas áreas e as condições sanitárias aumentam temor de doenças.
AUSÊNCIA
Zardari pode ter cometido o mais grave erro político de sua carreira ao deixar o país para uma visita oficial à Europa no auge do desastre que inundou vilarejos inteiros e afetou ao menos 4,2 milhões de pessoas.
Muitos paquistaneses já criticavam a liderança de Zardari no país onde militantes terroristas ainda são uma grande ameaça, a pobreza é epidêmica e pouco foi feito para melhorara a educação e diminuir a corrupção.
Peter Macdiarmid/Efe | ||
Presidente paquistanês, Asif Ali Zaedari (esq.), cumprimenta britânico David Cameron em visita que atraiu críticas |
Agora, oponentes políticos, a imprensa e a população apontam para o descaso de Zardari com os afetados, enquanto o Exército, organizações internacionais e os Estados Unidos lutam para ajudar as vítimas.
Zardari está hoje no Reino Unido, após visitar a França. Ele deve discutir terrorismo, Afeganistão e comércio com o premiê britânico, David Cameron.
O governo paquistanês enfatizou que as conversas são uma oportunidade importante de amenizar a tensão diplomática criada pelos comentários da semana passada de Cameron, altamente críticos sobre a forma com que Islamabad enfrenta o terrorismo em solo paquistanês.
O argumento, contudo, parece não ter surtido efeito. "Nosso presidente prefere ir para o exterior do que supervisionar toda a operação de ajuda em uma crise como essa", disse Ghulam Rasool, morador da cidade de Sukkur. "Eles não ligam para nós. ELes têm suas próprias agendas e interesses".
Muitos paquistaneses veem o governo como inefetivo para lidar com uma crise de proporções catastróficas e, com os militares assumindo as operações, a ideia de que as administrações civis não funcionam ganha força. Os militares governaram o Paquistão por mais da metade de sua história.
"Nós fomos muito decepcionados pelo senhor Zardari", disse Nawaz Sharif, líder da oposição e ex-premiê. "Nós ficamos mais decepcionados com ele do que com os comentários de David Cameron".
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