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Ministro do Trabalho francês diz ser vítima de "apedrejamento midiático"
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DA EFE, EM PARIS (FRANÇA)
DE SÃO PAULO
O ministro do Trabalho francês, Eric Woerth, denunciou nesta segunda-feira ser vítima de "uma espécie de apedrejamento midiático" desde que seu nome foi envolvido no escândalo de doações ilegais e evasão fiscal por parte da herdeira da L'Oréal, Liliane Bettencourt.
"Sou um dano colateral das escutas feitas pelo mordomo da multimilionária", afirma o ministro em declarações publicadas pelo jornal "Le Parisien".
Jean Marc Loos-12jul.10/Reuters |
Ministro de Trabalho, Eric Woerth, renunciou ao cargo de tesoureiro para tentar conter danos após escândalo de doações ilegais |
Segundo Woerth, se empreendeu uma espécie de caçada na qual "faço o papel de cervo". "Há dois ou três meses sofro uma espécie de apedrejamento midiático bastante impressionante", disse o ministro, antes de afirmar que há muito tempo que não via campanhas "tão violentas" como a que lhe está afetando agora.
O procurador-geral do Supremo Tribunal francês, Jean-Louis Nadal, abriu neste domingo um procedimento judicial contra Woerth pelo escândalo envolvendo Bettencourt, segundo e "Le Journal du Dimanche".
Claire Thiboult, ex-contadora de Bettencourt, denunciou que Woerth, também tesoureiro do governista UMP, teria recebido 150 mil euros em dinheiro vivo do principal conselheiro financeira da herdeira, Patrice De Maistre, para a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy, em 2007.
Thiboult afirma ainda que Maistre lhe pediu para retirar 50 mil euros em um caixa automático para dar a Woerth.
O financiamento é ilegal segundo a legislação francesa, que limita a 4.600 euros as doações a candidatos por pessoas físicas e determina que o repasse de verbas somente pode ser feito em espécie quando inferior a 150 euros.
A polícia francesa investiga ainda o conteúdo de gravações clandestinas entre Bettencourt e seus assessores, realizadas por seu ex-mordomo entre maio de 2009 e maio de 2010, as quais sugerem operações fraudulentas na gestão de sua fortuna.
As gravações revelam conversas entre a herdeira e seus conselheiros financeiros sobre, entre outras coisas, métodos para sonegar impostos. Os interlocutores dão a entender que Woerth, então ministro de Orçamento, estaria consciente das operações.
A Procuradoria investiga ainda se Woerth usou sua influência como ministro do Orçamento (cargo que ocupou de 2007 a março de 2010) para que sua mulher, Florence, trabalhasse na empresa que gerencia a fortuna de Bettencourt. Ela se demitiu pouco após o estouro do escândalo.
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