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30/08/2010 - 10h18

Ministro do Trabalho francês diz ser vítima de "apedrejamento midiático"

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DA EFE, EM PARIS (FRANÇA)
DE SÃO PAULO

O ministro do Trabalho francês, Eric Woerth, denunciou nesta segunda-feira ser vítima de "uma espécie de apedrejamento midiático" desde que seu nome foi envolvido no escândalo de doações ilegais e evasão fiscal por parte da herdeira da L'Oréal, Liliane Bettencourt.

"Sou um dano colateral das escutas feitas pelo mordomo da multimilionária", afirma o ministro em declarações publicadas pelo jornal "Le Parisien".

Jean Marc Loos-12jul.10/Reuters
Ministro de Trabalho, Eric Woerth, renunciou ao cargo de tesoureiro para tentar conter danos após escândalo de doações ilegais
Ministro de Trabalho, Eric Woerth, renunciou ao cargo de tesoureiro para tentar conter danos após escândalo de doações ilegais

Segundo Woerth, se empreendeu uma espécie de caçada na qual "faço o papel de cervo". "Há dois ou três meses sofro uma espécie de apedrejamento midiático bastante impressionante", disse o ministro, antes de afirmar que há muito tempo que não via campanhas "tão violentas" como a que lhe está afetando agora.

O procurador-geral do Supremo Tribunal francês, Jean-Louis Nadal, abriu neste domingo um procedimento judicial contra Woerth pelo escândalo envolvendo Bettencourt, segundo e "Le Journal du Dimanche".

Claire Thiboult, ex-contadora de Bettencourt, denunciou que Woerth, também tesoureiro do governista UMP, teria recebido 150 mil euros em dinheiro vivo do principal conselheiro financeira da herdeira, Patrice De Maistre, para a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy, em 2007.

Thiboult afirma ainda que Maistre lhe pediu para retirar 50 mil euros em um caixa automático para dar a Woerth.

O financiamento é ilegal segundo a legislação francesa, que limita a 4.600 euros as doações a candidatos por pessoas físicas e determina que o repasse de verbas somente pode ser feito em espécie quando inferior a 150 euros.

A polícia francesa investiga ainda o conteúdo de gravações clandestinas entre Bettencourt e seus assessores, realizadas por seu ex-mordomo entre maio de 2009 e maio de 2010, as quais sugerem operações fraudulentas na gestão de sua fortuna.

As gravações revelam conversas entre a herdeira e seus conselheiros financeiros sobre, entre outras coisas, métodos para sonegar impostos. Os interlocutores dão a entender que Woerth, então ministro de Orçamento, estaria consciente das operações.

A Procuradoria investiga ainda se Woerth usou sua influência como ministro do Orçamento (cargo que ocupou de 2007 a março de 2010) para que sua mulher, Florence, trabalhasse na empresa que gerencia a fortuna de Bettencourt. Ela se demitiu pouco após o estouro do escândalo.

 

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