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Único sobrevivente de massacre no México está no Equador sob proteção
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DA FRANCE PRESSE, EM QUITO
DE SÃO PAULO
O equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, o único sobrevivente da matança de 72 imigrantes latino-americanos no México, está em seu país sob proteção, depois de ter sido repatriado neste domingo em um avião presidencial, informou o chanceler do Equador, Ricardo Patiño.
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O chanceler não revelou onde está Lala Pomavilla, de 18 anos, que se fingiu de morto para se salvar do massacre de há uma semana no estado mexicano de Tamaulipas, atribuído ao grupo narcotraficante dos Zetas.
A família do equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla também está sob a proteção das autoridades que investigam, no Equador supostas ameaças, informou à AFP o sargento Rodrigo Cabrera, chefe do comando policial de Ducur.
Angelita, a mulher de Lala Pomavilla, foi escoltada por policiais até a cidade de Ducur, a 18 km de Ger, uma aldeia de indígenas e camponeses da província de Cañar (sul) de onde vem o equatoriano, baleado no rosto.
O grupo de 72 estrangeiros, ao que parece todos imigrantes latino-americanos --31 deles confirmados-- foram assassinados no estado de Tamaulipas, no nordeste do México, por negar-se a colaborar com o narcotráfico, segundo o equatoriano que escapou do massacre.
A mulher, de 17 anos, grávida de quatro meses, que concedeu várias entrevistas divulgadas pela imprensa, foi levada por segurança à casa de uma tia de Lala Pomavilla em outra comunidade, onde tem proteção policial.
Os dois brasileiros identificados entre os 72 imigrantes ilegais mortos na chacina moravam em cidades vizinhas a Governador Valadares (MG), região do Estado conhecida por ser uma das principais exportadoras de mão de obra brasileira para os Estados Unidos.
Juliard Aires Fernandes, 20, era de Santa Efigênia de Minas --com cerca de 4.500 moradores-- e Hermínio Cardoso dos Santos, 24, de Sardoá --cerca de 5.500. As duas localidades ficam a 10 km de distância.
Tanto Juliard quanto Hermínio são de pequenas propriedades rurais distantes do centro dos municípios.
Amigos e parentes ouvidos pela Folha dizem que os dois deixaram o Brasil há cerca de um mês e, desde então, não haviam mais entrado em contato avisando onde estavam. A intenção dos dois, afirmam, era migrar para os Estados Unidos.
MASSACRE
A Marinha mexicana encontrou os 72 corpos na última terça-feira (24), em uma fazenda perto da cidade de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, norte do México e perto da fronteira com os EUA.
O jovem equatoriano teria sobrevivido ao massacre fingindo-se de morto. Ferido com um tiro na garganta, ele chegou a um posto da Marinha mexicana e contou às autoridades sobre o massacre de imigrantes brasileiros e equatorianos.
Freddy relatou que os estrangeiros foram sequestrados por um grupo criminoso, quando tentavam chegar à fronteira com os EUA. Os homens disseram pertencer ao grupo Los Zetas, e ofereceram trabalho como matadores de aluguel por US$ 1.000 quinzenais. Quando os imigrantes recusaram a oferta, os criminosos atiraram.
A Marinha foi até o local e entrou em confronto com o grupo. Pouco depois, encontrou os corpos no rancho. Segundo a polícia, as vítimas parecem ter sido amarradas com os olhos vendados antes de serem enfileiradas em uma parede e mortas a tiros.
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