Conflito entre armênios e azerbaijanos deixa cinco soldados mortos

Ao menos três armênios e dois azerbaijanos morreram na troca de tiros entre militares dos dois países ao norte do disputado enclave de Nagorno-Karabakh.

Nagorno-Karabakh, que foi incorporado ao Azerbaijão durante o período soviético, proclamou independência, que não foi reconhecida pela comunidade internacional, após uma guerra que deixou 30 mil mortos e mais de 100 mil refugiados entre 1988 e 1994.

Um cessar-fogo foi assinado em 1994, mas Baku e Ierevan não chegaram a um acordo sobre o estatuto da área, centro de tensão no sul do Cáucaso, em uma região estratégica pela proximidade de Irã, Rússia e Turquia.

Baku, que acusa Ierevan de bloquear as negociações, ameaçou várias vezes nos últimos anos recuperar à força o território separatista.

Os dois lados apresentaram versões diferentes da história.

Segundo o porta-voz do Ministério da Defesa do Azerbaijão, Eldad Sabiroglu, um comando armênio atacou um posto de defesa azerbaijano na aldeia Chaila, na região de Teter, nesta terça-feira. As tropas azerbaijanas responderam e, na troca de tiros, cinco militares morreram.

Já o ministro da Defesa da Armênia, Seiran Oganian, responsabilizou o Azerbaijão pelo confronto armado e disse que o ataque foi realizado por um comando azerbaijano.

"O adversário teve várias baixas, enquanto a parte armênia teve um ferido", disse à imprensa o titular da Defesa, após participar da cerimônia de inauguração do ano letivo em uma escola da capital armênia.

Os conflitos entre os dois lados são frequentes perto de Alto Karabaj, uma região do Azerbaijão que tem população majoritária de armênios.

Sabiroglu afirmou que este é o segundo choque armado de grande escala no norte de Nagorno-Karabakh nos dois últimos meses. Em junho, outros cinco soldados, quatro armênios e um azerbaijano, morreram em um enfrentamento semelhante.