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05/09/2010 - 20h13

Netanyahu quer "soluções novas" para pôr fim a conflito com palestinos

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DA FRANCE PRESSE, EM JERUSALÉM

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, defendeu neste domingo "soluções novas" para resolver o conflito entre israelenses e palestinos, no momento em que a Autoridade Nacional Palestina advertia que um novo fracasso das negociações de paz poderá causar o seu "desaparecimento".

"É preciso aprender com 17 anos de negociações [desde os acordos de Oslo de 1993] e, desta vez, para termos êxito, temos que pensar em novas fórmulas para resolver problemas complexos", afirmou Netanyahu, que pediu que seja usada "criatividade", sem especificar a que se referia com "soluções novas para problemas antigos".

O objetivo das negociações diretas entre os dois campos, que foram retomadas na quinta-feira em Washington, é elaborar em um prazo de um ano um "acordo marco" --com arranjos intermediários-- que fixe as principais linhas de uma solução definitiva para o conflito.

Esta solução permitiria criar um Estado palestino e estabelecer uma "paz duradoura" no Oriente Médio.

O chefe do governo israelense pretende organizar um referendo em Israel caso seja alcançado esse "acordo marco".

"Queremos alcançar um compromisso histórico com nossos vizinhos palestinos, que preserve nossos interesses, acima de tudo no âmbito da segurança", repetiu Netanyahu no começo do Conselho de Ministros.

Ele também considerou que vários países árabes estão preparados para se envolver no processo de paz com Israel.

"Parece que o mundo árabe está maduro para a paz", assegurou.

No entanto, o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, declarou neste domingo que não acredita que um "acordo global com os palestinos seja possível em um ano, nem mesmo para a próxima geração".

CAUTELA PALESTINA

Já os palestinos optam pela cautela.

Seu principal negociador, Saeb Erakat, advertiu que a Autoridade Palestina presidida pelo moderado Mahmoud Abbas, que conta com o apoio do Ocidente, desaparecerá se as novas negociações não derem resultado.

"Esperamos chegar a um Estado palestino. Se não conseguirmos agora, é melhor voltar para casa", declarou Erakat.

Em sua opinião, um fracasso representaria a vitória dos islamitas do Hamas que controlam a faixa de Gaza e se opõem a qualquer tipo de acordo com Israel.

"Se chegarmos a um acordo, o Hamas desaparecerá, mas se fracassarmos, então nós desapareceremos. Espero realmente que possamos conseguir, se Deus quiser", advertiu o negociador palestino.

OBSTÁCULOS

A Autoridade Nacional Palestina já avisou que deixará as negociações se Netanyahu retirar uma moratória de dez meses na construção de assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada, que vence no dia 26 de setembro.

Netanyahu deu a entender que não tem a intenção de prolongar a moratória, mas evitou anunciar isso publicamente durante a cúpula de Washington.

"Se Netanyahu anunciar no dia 26 uma retomada das atividades de colonização, nós nos retiraremos das negociações. Nossa posição é clara e firme", afirmou Nabil Chath, um dos negociadores palestinos em Washington.

Antes de retomar o diálogo direto, que terá mais uma etapa em 14 e 15 de setembro no Egito, os palestinos tentaram em vão fazer com que os Estados Unidos garantissem que a moratória fosse mantida.

As negociações são relacionadas a vários temas: segurança, fronteiras, estatuto de Jerusalém, refugiados e divisão da água.

 

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