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07/09/2010 - 13h51

Casa Branca diz estar preocupada com planos de pastor de queimar cópias do Alcorão

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DE SÃO PAULO

A Casa Branca expressou nesta terça-feira sua preocupação pelos planos do pastor de uma igreja na Flórida de queimar cópias do Alcorão, o livro sagrado do islamismo, em um protesto no próximo dia 11 de setembro, exatos nove anos depois dos atentados terroristas que mataram mais de 3.000 em Nova York e Washington.

Os planos do pastor Terry Jones, da cristã Igreja Dove World Outreach, causaram reação em vários nomes do alto escalão --incluindo o comandante das tropas americanas no Afeganistão, David Petraeus, e o chefe da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen.

Jones, contudo, reafirmou hoje que mantém seus planos de queimar os livros no que declarou como "dia internacional de queimar um Corão".

A Casa Branca afirmou em comunicado que o projeto coloca em risco as tropas americanas no Afeganistão --mesmo tom das críticas de Petraeus. O chefe das tropas americanas no Afeganistão advertiu que a queima do livro sagrado "pode causar problemas significativos" para as forças americanas em países muçulmanos e com certeza será utilizada pelos militantes para alimentar o ódio aos americanos.

Petraeus disse ainda que se a queima for realizada, "a segurança de nossos soldados e civis estarão em um perigo maior e nossa missão se tornará mais difícil".

Na véspera, centenas de pessoas fizeram uma manifestação em Cabul, capital afegã, em um protesto contra os planos de Jones. Os protestos levaram ainda milhares de pessoas a se manifestarem em torno da Embaixada dos EUA em Jacarta, na Indonésia. A Associação Nacional de Evangélicos organizou uma "congregação para a paz" entre cristãos, muçulmanos, judeus e hindus para uma vigília na véspera do 11 de setembro.

Jones disse entender os protestos, mas ratificou seus planos e afirmou que os EUA "enfrentam um inimigo com o qual não se pode dialogar e ao qual deve se mostrar força".

O pastor, que dirige a igreja carismática cristã em Gainesville, no Estado americano da Flórida, disse ainda que a queima do Corão "não é nem um ato de amor, nem um ato de ódio, mas sim uma advertência sobre a ameaça que representa o islã".

Jones disse ter recebido mais de cem ameaças de morte desde que anunciou, em julho passado, seus planos de queimar o livro sagrado do islamismo e que começou a usar uma pistola calibre 40 na cintura.

O Departamento de Bombeiros negou permissão para Jones fazer a queima em 11 de setembro, mas ele diz que isso não vai impedi-lo. Ele diz ter sido aconselhado por seus advogados de que o direito de queimar o Corão está garantido na Primeira Emenda, não importante se tem ou não permissão municipal.

"Nós pensamos que é hora de virara a mesa e, em vez de possivelmente nos culpar pelo que aconteceria, colocarmos a culpa onde pertence --nas pessoas que fariam", defende Jones. "E talvez em vez de falar de nós, devêssemos falar do islamismo radical e enviar um alerta bem claro que que não devemos ser retaliados de forma alguma".

 

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