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México prende mais sete suspeitos de envolvimento em chacina de 72 imigrantes
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Militares da Marinha Armada do México prenderam outros sete homens suspeitos de participar do massacre de 72 imigrantes há duas semanas no Estado de Tamaulipas, informou o governo nesta quarta-feira.
Quatro dos suspeitos foram presos após uma troca de tiros com a Marinha em 3 de setembro, e os outros três foram capturados dias depois, disse o porta-voz da Presidência para assuntos de segurança nacional, Alejandro Poire, em entrevista coletiva. Segundo Poire, os sete presos pertencem aos Zetas, mas ele não deu detalhes sobre as identidades.
Segundo ele, como fruto dessas prisões foi localizada "uma vala com dois cadáveres e libertadas duas pessoas", mas ele não deu mais detalhes também.
As autoridades mexicanas já tinham identificado outros sete supostos autores do massacre: um preso e três mortos durante operação na qual os corpos foram encontrados, e outros três homens que apareceram mortos dias depois em uma estrada.
As prisões foram anunciadas um dia depois de autoridades encontrarem os corpos de dois homens que, acredita-se, sejam de um detetive estadual e de um chefe de polícia local que participaram das investigações iniciais do massacre. Os dois desapareceram um dia depois de os corpos dos imigrantes terem sido encontrados.
O gabinete do procurador geral do Estado de Tamaulipas afirmou nesta terça-feira que os documentos de identificação encontrados com os corpos batia com o dos agentes desaparecidos: o detetive Roberto Suarez Vazquez e Juan Carlos Suarez Sanchez.
MASSACRE
A Marinha mexicana encontrou os 72 corpos no dia 24 de agosto, em uma fazenda perto da cidade de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, norte do México e perto da fronteira com os EUA.
Editoria de Arte / Folhapress | ||
Um jovem equatoriano teria sobrevivido ao massacre fingindo-se de morto. Ferido com um tiro na garganta, ele chegou a um posto da Marinha mexicana e contou às autoridades sobre o massacre de imigrantes.
Ele relatou que os estrangeiros foram sequestrados por um grupo criminoso quando tentavam chegar à fronteira com os EUA. Os homens disseram pertencer ao grupo Los Zetas, e ofereceram trabalho como matadores de aluguel por US$ 1.000 quinzenais. Quando os imigrantes recusaram a oferta, os criminosos atiraram.
A Marinha foi até o local e entrou em confronto com o grupo. Pouco depois, encontrou os corpos no rancho. Segundo a polícia, as vítimas parecem ter sido amarradas com os olhos vendados antes de serem enfileiradas em uma parede e mortas a tiros.
BRASILEIROS
Os dois brasileiros identificados entre os 72 imigrantes ilegais mortos na chacina moravam em cidades vizinhas a Governador Valadares (MG), região do Estado conhecida por ser uma das principais exportadoras de mão de obra brasileira para os Estados Unidos.
Juliard Aires Fernandes, 20, era de Santa Efigênia de Minas --com cerca de 4.500 moradores-- e Hermínio Cardoso dos Santos, 24, de Sardoá --cerca de 5.500. As duas localidades ficam a 10 km de distância.
Tanto Juliard quanto Hermínio são de pequenas propriedades rurais distantes do centro dos municípios.
Amigos e parentes ouvidos pela Folha dizem que os dois deixaram o Brasil há cerca de um mês e, desde então, não haviam mais entrado em contato avisando onde estavam. A intenção dos dois, afirmam, era migrar para os Estados Unidos.
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