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Berlusconi irá ao Parlamento falar sobre crise política italiana
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ROBERTO LANDUCCI
DA REUTERS, EM ROMA
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, fará um pronunciamento no Parlamento no fim de setembro, após várias semanas de crise por causa de seu rompimento com o aliado Gianfranco Fini, disseram funcionários parlamentares nesta quarta-feira.
Dario Franceschini, dirigente do Partido Democrático, de centro-esquerda, disse que Berlusconi deve falar sobre a posição do governo e do seu partido conservador, o Povo da Liberdade (PDL).
Mas não se sabe quando o governo convocará uma moção de confiança a respeito de cinco medidas políticas, o que pode levar à antecipação das eleições previstas para 2013.
O impasse político dos últimos meses domina as manchetes e absorve grande parte do tempo e da energia do governo.
Depois de romper com Fini, presidente da Câmara dos Deputados, Berlusconi não conta mais com maioria na Casa. Fini comanda uma bancada de 34 deputados e 10 senadores.
Com o fim do recesso parlamentar de verão, na quarta-feira, o cenário político italiano continua incerto.
Umberto Bossi, aliado de Berlusconi e dirigente do partido de direita Liga Norte, disse que a melhor opção seria ir às urnas. Ele disse que não descartava a hipótese de votar contra a moção de confiança apenas para que isso garanta a antecipação das eleições.
"Vamos ver, vamos ver", disse ele, comentando a hipótese citada num editorial de jornal na quarta-feira. "Acho que a verdadeira saída são as eleições."
Fini, apesar de ter feito duros ataques ao primeiro-ministro, disse que não vai forçar a realização de eleições e que continuará apoiando o governo de Berlusconi no Parlamento, mas que fará suas próprias propostas quando considerar apropriado.
"No que nos diz respeito, as próximas eleições são em 2013", disse Ítalo Bocchino, um dos principais aliados de Fini.
Berlusconi e Fini têm poucas diferenças programáticas, mas o presidente da Câmara vê com inquietação o rígido controle do premiê sobre o PDL, do qual Fini é um dos fundadores, e também faz críticas às sucessivas suspeitas de corrupção que assolam o governo.
Pesquisas recentes mostram que o apoio a Berlusconi caiu, mas que ele continua à frente da oposição de centro-esquerda e possivelmente venceria uma eleição.
O mais provável, porém, é que ele saísse enfraquecido desse processo, razão pela qual espera uma solução que evite a antecipação do pleito.
Berlusconi e Bossi dizem que pretendem conversar com o presidente Giorgio Napolitano para que ele convença Fini a renunciar à presidência da Câmara.
Fini diz que não deixa o cargo, e que nem Berlusconi nem Napolitano tem poderes constitucionais para destituí-lo.
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