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11/09/2010 - 19h11

Homens tentam invadir igreja de pastor que queria queimar Alcorão

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DA FRANCE PRESSE, EM GAINESVILLE
DE SÃO PAULO

Dois homens que tentavam entrar neste sábado com uma caminhonete cheia de armas e munições na igreja evangélica americana do pastor Terry Jones, que ia queimar livros do Alcorão. Eles foram presos temporariamente pela polícia, constatou um jornalista da AFP.

Os presos foram interrogados e depois liberados pela polícia, que montou um enorme dispositivo de segurança em frente à igreja Dove World Outreach Center, depois que o pastor americano Jones anunciou que realizaria uma queima de 200 exemplares do Alcorão no aniversário dos atentados de 11 de setembro.

A questionada queima de livros sagrados originou uma onda de críticas no mundo e fortes reações em vários países muçulmanos nos últimos dias.

POLÊMICA

Jones ameaçava queimar os exemplares do Alcorão, caso uma mesquita for construída no Marco Zero, palco dos ataques terroristas do 11 de Setembro.

O projeto da mesquita e centro cultural, orçado em US$ 100 milhões, opôs republicanos e democratas e dividiu até mesmo os familiares das vítimas do ataque às Torres Gêmeas, que matou quase 3.000 pessoas, entre elas cerca de 60 muçulmanos. Enquanto uns defendem a liberdade religiosa e o direito à construção --como o presidente Barack Obama--, outros --como a republicana Sarah Palin-- dizem que se trata de desrespeito aos mortos pela Al Qaeda.

A maioria da população ficou do lado de Palin. Pesquisa divulgada quarta-feira pelo "Washington Post" mostra que dois terços dos americanos se opõem à construção. Enquanto 82% daqueles que são contra citam a localização como principal problema, 14% afirmam que se oporiam a uma construção como essa em qualquer parte do país. A pesquisa concluiu que 49% dos americanos têm uma visão negativa do islã.

Jones protagoniza há anos uma dura campanha contra o islamismo, que rendeu até mesmo o livro "Islam Is of the Devil" ("Islã É do Demônio", em tradução livre). Nele, Jones conta que a religião islâmica é um risco à liberdade de todas as nações e tem como preceito a opressão e a violência. Sua causa, contudo, ganhou o mundo após começar a divulgar na internet a proposta para a data anual de queima do Alcorão.

Após grande destaque na imprensa americana e mundial, Jones afirmou na quinta-feira que a condição para cancelar seus planos --condenados duramente ao redor do mundo e por todo o alto escalão dos EUA-- era que o imame Feisal Abdul Rauf mudasse o local de construção da mesquita. Ele chegou a anunciar que o acordo havia sido concretizado, informação negada pouco depois pelos lideres muçulmanos.

Na sexta-feira, em uma sequência de confusas mensagens sobre seus planos, Jones disse que suspenderia os planos da queima do Alcorão se conseguisse um encontro com Rauf. Horas depois, voltou atrás e deu um ultimato de duas horas para que os muçulmanos concordassem em mudar a mesquita de lugar.

No fim do dia, Jones falou diante de um grande número de jornalistas de todas as partes do mundo que transmitiam as últimas informações ao vivo da frente da igreja que não haverá queima do livro sagrado muçulmano neste sábado. Hoje, confirmou, em entrevista ao programa "Today", da rede NBC, que não queimará "nem hoje, nem nunca" cópias do Alcorão.

 

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