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14/09/2010 - 13h09

No Egito, israelenses e palestinos dizem esperar acordo de paz em um ano

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Israelenses e palestinos ainda dizem acreditar em um acordo de paz no prazo de um ano, apesar da divergência envolvendo a questão dos assentamentos judaicos, disse nesta terça-feira o representante especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, após reuniões no Egito.

"A discussão séria sobre os temas fundamentais já começou", afirmou no fim da segunda rodada do diálogo direto entre israelenses e palestinos realizada nesta terça-feira na cidade egípcia de Sharm el Sheikh.

Apesar de não ter produzido um resultado claro quanto ao congelamento das construções de colônias judaicas na Cisjordânia, a reunião foi vista por diplomatas como um passo importante.

Nasser Nasser/AP
Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, mediou as conversas entre o premiê israelense, Binyamin Netanyahu (esq.) e o líder palestino, Mahmoud Abbas (dir.), como parte da retomada do diálogo direto de paz
Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, mediou as conversas entre o premiê israelense, Binyamin Netanyahu (esq.) e o líder palestino, Mahmoud Abbas (dir.), como parte da retomada do diálogo direto de paz

Ainda no domingo o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que o congelamento das obras não seria extendido, mas que um limite seria colocado em alguns assentamentos.

Apesar de manterem o sigilo sobre as discussões e não terem atingido nenhum resultado concreto sobre pontos cruciais do diálogo de paz, os líderes de Israel e dos palestinos mostraram-se otimistas quanto às negociações e manifestaram que o processo deve continuar.

Na reunião participaram o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, assim como a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

Mitchell, em uma coletiva de imprensa, afirmou que Abbas e Netanyahu mantêm seu acordo "para que estas negociações, cujo objetivo é resolver todos os temas essenciais, possam ser completadas dentro de um ano".

O objetivo comum, acrescentou, continua sendo chegar a "dois Estados com dois povos", uma solução para que Israel mantenha sua segurança e os palestinos gozem de um estado "viável e independente".

Mitchell disse que, levando em consideração o princípio de confidencialidade que se quer dar ao diálogo, não podia dar detalhes sobre o analisado hoje, mas insistiu em que a negociação aconteceu em um clima "de boa fé".

MORATÓRIA

A reunião ocorreu em meio de ameaças palestinas de retirar-se do diálogo se Israel não prorrogasse a moratória de dez meses na construção de assentamentos nos territórios palestinos da Cisjordânia, que vence no fim do mês.

Mitchell afirmou que esse era um "tema politicamente delicado em Israel".

O diplomata americano não quis estender-se sobre este tema, apesar de que o assunto surgiu nas poucas perguntas que houve durante a entrevista coletiva, levando em conta a guerra verbal entre palestinos e israelenses que precedeu à jornada de hoje.

Os palestinos querem o congelamento total das novas construções e rejeitam qualquer meio-termo. E eles contam com o apoio americano na causa. No avião que a levava ao Egito, Hillary reiterou o pedido do presidente Barack Obama pela prorrogação da moratória, prevista para acabar no próximo dia 30.

Um oficial do governo israelense que viaja com Netanyahu afirmou que o tema é passível de discussão. "Nós vamos lá procurar por algo diferente, não é uma proposta de tudo ou nada", disse, citado perlo jornal "Jerusalem Post".

O funcionário disse que, se Israel e palestinos não chegarem a um acordo sobre as colônias, será um sinal de que não concordarão com os outros temas. "Israel está procurando por uma forma de não detonar o diálogo e ajudá-lo a funcionar".

Na pauta do encontro estava ainda o pedido de Netanyahu para que os palestinos reconheçam Israel como Estado do povo judeu e que haja acordos para garantir a segurança do país.

Mas os palestinos já deixaram bem claro que não atenderão a exigência, alegando que o reconhecimento de Israel como Estado judeu colocaria em risco os árabes que vivem em Israel. O grande temor, no entanto, é que o gesto enfraqueça a demanda futura pelo direito de retorno e/ou reparação aos refugiados palestinos.

Já os palestinos querem definir as fronteiras de seu futuro Estado, abordar o status de Jerusalém e o direito de retorno dos refugiados que deixaram o território em 1948, quando Israel foi criado.

Yaser Abed Rabo, integrante da delegação palestina, afirmou que as discussões desta terça-feira "não tendem a resolver nenhuma questão crucial". "Se trata de criar uma atmosfera propícia ao começo das negociações sobre os temas crucias". Ele alerta: "a questão da colonização representa para nós um verdadeiro obstáculo ao lançamento das negociações, mas estamos preparados para intensas negociações para chegar a um acordo sobre os temas relativos ao estatuto final".

 

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