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Premiê do Iraque diz que não põe obstáculos à formação de novo governo no país
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em fim de mandato, o premiê do Iraque, Nouri al Maliki, diz que não está monopolizando o poder no país em que continuam as negociações para formação de um novo governo, seis meses depois das eleições gerais.
"Não monopolizo o poder. O governo não é uma propriedade minha que não queira entregar a ninguém, é uma responsabilidade e não posso entregá-la exceto a quem a alcance por meios constitucionais e legítimos", afirma al Maliki em entrevista publicada hoje pelo jornal árabe "Al Hayat".
Veja cobertura completa da retirada do Iraque
As coalizões iraquianas não entraram em acordo para constituir um gabinete após o pleito de 7 de março nos quais a aliança laica Al Iraqiya do ex-premiê Iyad Allawi obteve 91 das 325 cadeiras do Parlamento.
O Estado de Direito, de Maliki, somou 89 assentos, e a Aliança Nacional Iraquiana (ANI), dirigida por Amar al Hakim, 70.
Estes dois grupos, ambos xiitas, formaram em junho passado uma aliança para criar um bloco de maioria no Parlamento, que conseguiu reunir 159 legisladores, quatro cadeiras a menos da maioria absoluta, mas a união não se traduziu na formação de um novo executivo.
Na entrevista, al Maliki reconhece a existência de apoio americano e iraniano para a renovação de seu mandato como premiê no novo governo.
O líder iraquiano negou, no entanto, que tenha feito ofertas a Teerã para conseguir apoio. Maliki ressaltou que apesar de o Estado de Direito rejeitar qualquer ingerência estrangeira nos assuntos internos do país, esta existe e "permanecerá sempre que haja uma disposição entre as forças políticas para aceitá-la".
Nas últimas semanas, a violência aumentou no Iraque coincidindo com a retirada das tropas americanas, cuja missão se deu por finalizada oficialmente em 31 de agosto.
FIM DE COMBATE
No dia 1º de setembro, em discurso durante cerimônia que marca o fim dos mais de sete anos de operações de combate em Camp Victory, no Iraque, o vice-presidente americano Joe Biden afirmou que Washington busca agora aumentar a cooperação diplomática com Bagdá.
O encontro, que contou com a presença de autoridades americanas e iraquianas, serviu para oficializar o primeiro dia da operação Novo Amanhecer, caracterizada pela atuação das tropas de transição que devem permanecer em solo iraquiano até o fim do ano.
Veja animação que explica o conflito
Mais cedo, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, chegou ao Iraque para uma visita-surpresa para participar do encerramento da missão de combate no país.
Jim Watson/AFP |
Secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, se prepara para decolar de base militar no Iraque, em visita-surpresa ao país |
"As operações de combate acabaram. Nós ainda vamos trabalhar com os iraquianos em contraterrorismo. Nós ainda vamos fazer muito treinamento. E aconselhamento e assistência. Então eu diria que mudamos para a fase final de nossa missão no Iraque", disse Gates, questionado por um repórter se os EUA ainda estavam em Guerra no Iraque.
Em seu pronunciamento o vice Joe Biden reiterou que a saída total das forças americanas deverá ocorrer dentro do prazo. "Cumprimos nossa promessa de retirar nossas forças de combate, e estamos no caminho certo para remover todas as nossas tropas até o fim deste ano", indicou.
O vice-presidente afirmou que a nova fase do relacionamento entre os EUA e o Iraque deve ser marcada pela cooperação.
"Vamos aumentar nossas trocas culturais e tecnológicas. Queremos intensificar o comércio bilateral. Vamos agora investir na cooperação civil e diplomática com o Iraque", afirmou.
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