Publicidade
Publicidade
Para intelectuais, visita do papa ao Reino Unido não deveria ter caráter "de Estado"
Publicidade
DA ANSA, EM LONDRES
A viagem que o papa Bento 16 inicia amanhã ao Reino Unido foi motivo de críticas de mais de 50 intelectuais britânicos, que publicaram uma carta afirmando que o evento não deveria receber as "honras" de uma visita de Estado.
Entre os que assinaram a missiva veiculada na edição de hoje do jornal britânico "The Guardian" estão os escritores Ken Follett, Terry Pratchett e Philip Pullman, o ator Stephen Fry e o biólogo Richard Dawkins.
"Como cidadão da Europa e líder de uma religião com muitos adeptos no Reino Unido, [o pontífice] é obviamente livre para entrar no país", assinalaram os signatários.
De acordo com eles, no entanto, o Vaticano "foi responsável por atos como a falta de distribuição de preservativos que levaram ao crescimento demográfico nos países pobres e à difusão da Aids; a oposição aos direitos iguais para os gays e lésbicas; a negação do aborto até às mais vulneráveis mulheres; a ausência de reação aos muitos casos de pedofilia no interior de sua organização".
Na carta, os intelectuais também acusaram a falta da assinatura do Vaticano a muitos tratados internacionais de direitos humanos e citaram, pelo contrário, a realização de acordos bilaterais com nações onde os direitos humanos dos cidadãos não são respeitados.
"Rejeitamos a máscara da Santa Sé como Estado, e do papa como chefe de Estado como meramente uma ficção conveniente para ampliar a influência internacional do Vaticano", declararam os signatários.
Ontem, em uma mensagem, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, saudou a visita "histórica e incrivelmente importante" como "uma grande honra" para o país.
"Nem todos concordam com tudo aquilo que o papa afirma, mas isso não deve nos impedir de reconhecer que sua mensagem ajuda a nos colocar à prova, a nos fazer perguntas sobre nossa sociedade e sobre como nos comportamos conosco e com os outros", completou ele.
CRÍTICAS
Os quatro dias que Bento 16 permanecerá na Inglaterra e na Escócia têm gerado protestos. Entidades laicas e que defendem os direitos dos homossexuais, entre outras, condenam os altos custos da visita, as posturas da Igreja contra leis a favor de gays e lésbicas e os escândalos de pedofilia que envolveram o clero e se intensificaram no ano passado, inclusive no Reino Unido.
Na véspera da chegada do pontífice, que desembarcará na quinta-feira em Edimburgo, na Escócia, às 10h30 (6h30 no horário de Brasília), a imprensa local reportou que mais da metade dos padres condenados por abusos sexuais contra crianças na Inglaterra e no País de Gales permanecem na Igreja, e muitos recebem ajuda financeira.
A investigação apontou que ao menos 14 dos 22 sacerdotes que passaram um ano na prisão por pedofilia ainda são padres, e dez deles aparecerem na última edição do "Catholic Directory", o anuário oficial da instituição. Oito deles teriam sido reduzidos ao estado laico.
+ Notícias sobre a visita do papa ao Reino Unido
- Cameron envia mensagem de boas-vindas antes de visita do papa ao Reino Unido
- Embaixador britânico no Vaticano defende Bento 16 contra ataques
- Venda de ingressos para eventos do papa no Reino Unido é menor que o esperado
+ Notícias em Mundo
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice